O crescimento consistente do interesse por criptomoedas no Brasil vem atraindo cada vez mais a atenção de companhias globais. E a Coinpayments é o exemplo mais recente disso.
A multinacional inglesa está chegando ao Brasil com a proposta de ampliar o mercado de pagamentos com criptomoedas. Mais precisamente, a companhia — com operações em 200 países — planeja levar os criptoativos para mais de 100 mil lojistas brasileiros.
Conforme destacou Rubens Neistein, gerente de negócios da empresa no país, o mercado de ativos digitais cresceu muito na América Latina. Por isso, a decisão de se estabelecer na região:
“O volume de transações [da companhia] na América do Sul saltou de 1% para 8% em relação ao nosso volume total nos últimos dois anos. E os brasileiros são responsáveis por 40% do mercado latino-americano [da Coinpayments]”, diz Neistein à Forbes.
A Coinpayments é uma processadora de pagamentos que possui clientes como a varejista canadense Shopify e a norte-americana Overstock.com. Atualmente, seu software aceita transações com mais de 2 mil criptomoedas.
Coinpayments de olho no Brasil
De acordo com Neistein, em 2020, mesmo sem atuar diretamente no Brasil, a Coinpayments movimentou US$ 75 milhões no país.
Ao todo, a empresa atendeu cerca de 1 mil estabelecimentos através de subsidiárias de seus clientes multinacionais.
Segundo o executivo, o volume total de processamento de pagamentos disparou quase 400% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Somente nos três primeiros meses deste ano, a Coinpayments transacionou US$ 40 milhões.
Agora, a Coinpayments firmará uma parceria que permitirá multiplicar em cem vezes a quantidade de clientes que possui hoje no Brasil, levando o número para 100.000. O nome dessa parceira não foi revelado por Neistein.
Mas ele informou que a meta da Coinpayments é aumentar em 30% o valor total de transações feitas por clientes no Brasil em 2021. No ano passado, o total de transações foi de aproximadamente US$ 97,5 milhões.
Ele explicou que a receita da empresa é fruto da taxa de 0,5% cobrada em cada transação realizada. Com base nisso, até o fim de 2021, a Coinpayments espera arrecadar US$ 633 mil no mercado doméstico.
Como o sistema funciona
O executivo explicou que, na prática, as companhias definem o preço em real para um produto ou serviço. Assim, quando o cliente vai fazer o pagamento existem as opções de boleto, cartões e criptomoedas.
Ao selecionar a opção “criptomoedas”, o sistema da Coinpayments faz a conversão e calcula o valor para o consumidor final.
No Brasil, a ideia é fazer o mesmo e proteger os vendedores das variações de preço. Para viabilizar a liquidação em reais para a conta do lojista, a empresa está prestes a finalizar um contrato com a fintech brasileira Facilitta.
“Ou seja, para que o vendedor não sofra a variação de uma criptomoeda, nós já faremos a transação para ele em reais de forma instantânea”, diz Neistein. Esse recurso entrará em vigor em outubro.
Neistein disse ainda que a Coinpayments também pretende expandir as operações para o Chile e Argentina. No entanto, ainda não há previsões concretas para isso.