SÃO PAULO (Reuters) - A Xtage, nova plataforma de negociação de ativos digitais da XP Inc (NASDAQ:XP), começa suas operações oficialmente nesta segunda-feira, com a meta de encerrar o ano com 200 mil clientes ativos.
Disponível no aplicativo da XP (BVMF:XPBR31), ela está acessível neste primeiro momento a clientes com conta digital na companhia, que somam cerca de 500 mil, mas com potencial de abrir para 1 milhão até o final do ano.
"Em médio e longo prazo, o potencial é enorme, levando em consideração que hoje temos mais de 3,6 milhões de clientes na plataforma da XP", disse Lucas Rabechini, diretor de produtos financeiros da XP Inc.
A Xtage será uma opção em um segmento que tem nomes consolidados como Mercado Bitcoin (MB), FoxBit, FTX e Binance, e acompanha o movimento na direção de serviços relacionados a criptoativos adotado por outros grupos financeiros, como Nubank (BVMF:NUBR33), BTG Pactual (BVMF:BPAC11) e Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4).
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse estar preocupado com o risco de concentração de transações de criptoativos, com "uma ou duas plataformas detendo 20% a 30% do mercado".
A plataforma da XP estreia permitindo a negociação apenas de bitcoin e ether, mas a previsão é de que outras moedas digitais serão disponibilizadas nos próximos meses, assim como mais funcionalidades.
No mês passado, em entrevista à Reuters, Rabechini disse que "até o final de dezembro e o começo do ano que vem" haverá mais 10 criptoativos.
A plataforma vinha sendo testada por funcionários da XP e na semana passada alguns clientes da empresa também já vinham recebendo avisos sobre a nova opção de investimento disponível no aplicativo.
Construída com base na tecnologia de negociação da Nasdaq, a Xtage foi lançada oficialmente em maio deste ano, com previsão de entrar em operação no final do segundo trimestre.
A abertura da Xtage a clientes coincide com um momento de recuperação de criptomoedas, com o bitcoin na faixa de 24 mil dólares, tendo se valorizado cerca de 40% frente a uma mínima desde dezembro de 2020 registrada há cerca de dois meses.
Apesar disso, segue distante da máxima histórica de novembro do ano passado, de 69 mil dólares. A liquidação da moeda digital refletiu a fuga de investidores de ativos de risco em meio a turbulências geopolíticas, inflação e risco de recessão.
(Por Paula Arend Laier; edição de André Romani)