Por Ali Kucukgocmen e Can Sezer e Ebru Tuncay
ANKARA (Reuters) - A polícia turca fez uma operação de busca e apreensão em uma corretora de criptomoedas de Istambul nesta quinta-feira, depois que milhares de pessoas apresentaram queixas criminais contra a empresa afirmando que foram roubados e ficaram sem acesso a suas contas.
A corretora Thodex, que lida diariamente com centenas de milhões de dólares em operações com moedas digitais, afirmou nesta quinta-feira que vai ficar fechada por quatro a cinco dias por causa de um processo de venda da empresa.
Mas os usuários que não conseguem acessar suas contas manifestaram preocupação no Twitter de que foram roubados, segundo comentários largamente reproduzidos pela imprensa local.
A polícia de Istambul afirmou que o fundador e presidente-executivo da empresa Faruk Fatih Ozer viajou para a capital da Albânia, Tirana, na terça-feira.
A agência de investigação de crimes financeiros Masak bloqueou as contas da companhia na quarta-feira e começou uma investigação, afirmou uma fonte na Masak.
A Thodex afirmou que os relatos "negativos" na imprensa não são verdadeiros e que bancos e fundos interessados em investir na companhia tinham proposto uma parceria. A empresa não revelou os nomes dos potenciais investidores.
"Para este processo ser completado, as transações precisam ser interrompidas e o processo de venda precisa ser concluído", afirmou a corretora.
A Thodex afirmou em comunicado separado nesta quinta-feira que na semana passada detectou volatilidade anormal nas contas da companhia e que interrompeu as transações para encontrar o motivo.
A Thodex afirmou que autoridades financeiras não encontraram irregularidades nas contas da companhia e que Ozer vai retornar à Turquia nos próximos dias e que vai cooperar com as autoridades. A Reuters não conseguiu contato com Ozer nesta quinta-feira.
Na semana passada, a Turquia proibiu o uso de criptoativos em pagamentos, aumentando motivos que levaram o bitcoin a recuar 14% no fim de semana. O banco central da Turquia citou danos "irreparáveis" e riscos em transações como motivos para a proibição.
O advogado Oguz Evren Kilic afirmou que foi contatado por usuários da corretora na quarta-feira e que eles abriram uma queixa criminal em nome de várias pessoas em Ankara. Ele afirmou ainda que milhares de outras pessoas abriram processos no país.
"Não está claro onde isso vai dar. Há milhares de queixas criminais feitas em muitos lugares ao redor da Turquia", disse ele à Reuters, acrescentando que a plataforma tem 400 mil usuários, dos quais 391 mil são ativos.