Em uma operação realizada na manhã desta quinta-feira (29) que investiga um “caso de uso” das criptomoedas, a Polícia Federal ordenou a quebra de sigilos bancário e fiscal de 36 pessoas jurídicas e físicas (sendo 32 jurídicas e 4 físicas).
Além disso, foi pedido o bloqueio de R$ 20 bilhões movimentados de forma suspeita pelos investigados.
O objetivo da “Operação Rekt”, como foi chamada, é investigar o uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo.
Ainda como parte da operação, os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão na capital paulista e na cidade de Limeira, no interior do estado.
Suspeitos compraram criptomoedas com dinheiro do tráfico
De acordo com as investigações, o grupo suspeito teria montado um grande esquema de lavagem de dinheiro com criptomoedas.
Para isso, os suspeitos também criaram diversas empresas de fachada que foram cadastradas em nome de “laranjas”.
Segundo a PF, apenas na conta bancária de uma corretora de criptoativos as autoridades bloquearam R$ 110 milhões.
Esta e outras contas estariam sendo usadas por criminosos para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Conforme informou a PF, os traficantes que usavam as contas foram presos na “Operação Planum”, deflagrada em outubro de 2018.
Na ocasião, a PF e a Receita Federal cumpriram mandados de prisão contra 23 pessoas, bem como mandados de busca e apreensão em 40 endereços e ordens judiciais para sequestro e bloqueio de imóveis, fazendas, aeronaves, embarcações, veículos e contas bancárias.
As autoridades estimam o valor dos bens em mais de 25 milhões de reais.
Operação Rekt
Agora, com base nas informações obtidas na Operação Planum, a PF descobriu transações atípicas de bilhões de reais. O valor tinha com finalidade a compra de criptomoedas.
Assim, um dos objetivos da ação desta quinta-feira é bloquear o patrimônio da organização criminosa em favor da União.
“O nome da operação ‘Rekt’ refere-se a uma gíria usada no mercado de criptoativos, que significa a perda severa de patrimônio decorrente de uma transação equivocada ou investimento mal-feito”, informou um comunicado da PF nesta quinta (29).
Por fim, a PF afirmou que os suspeitos podem ser indiciados por organização criminosa, com pena de três a oito anos e multa. Além disso, poderão responder por lavagem de dinheiro, com pena prevista de 03 a 10 anos e multa.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo/SP.