O protocolo de empréstimo em finanças descentralizadas (DeFi) DeFi MakerDAO anunciou na continuará a usar o blockchain Ethereum PoS após o The Merge. Ou seja, quem decidir utilizar alguma blockchain oriunda de um hard fork não terá suporte do protocolo.
Esta adesão é muito relevante pois, de acordo com o site DeFi Pulse, o MakerDAO é o maior protocolo de DeFi em termos de valor alocado. Sem o seu apoio, qualquer eventual divisão da rede terá uma blockchain que não contará com vários recursos de DeFi.
O MakerDAO citou questões de segurança como justificativa para sua decisão. Em uma série de tuítes, o protocolo disse que interagir com os tokens DAI ou MKR em qualquer hard fork do Ethereum arrisca os usuários a sofrerem ataques de repetição (replay attack).
Neste ataque, um agente malicioso intercepta e, em seguida, repete uma transmissão de dados válida que passa por uma rede. Com isso, hackers podem utilizar o hard fork para roubar tokens aos quais não possuem direito.
MakerDAO rejeita apoio a hard fork
Nesta sexta-feira (9), o MakerDAO anunciou seu total apoio ao The Merge, ressaltando que os serviços de DeFi funcionarão apenas no Ethereum (ETH). Os usuários não precisam alterar ou atualizar nada para manter o Maker Vault e seus DAI no Ethereum.
Estima-se que o The Merge ocorra entre os dias 13 ou 15 de setembro. Nesta data, a rede principal do Ethereum se fundirá com a Beacon Chain, camada que tem a mineração de Prova de Participação (PoS). Quando isso acontecer, a mineração do Ethereum deixará de existir.
No entanto, o The Merge tornará os mineradores obsoletos, pois os validadores processarão os blocos a partir da implementação. Por isso, alguns mineradores e empresas propuseram um hard fork para continuar minerando tokens, o EthereumPoW (ETHW).
O Maker avisa que interagir com o Maker Protocol, Dai ou MKR em qualquer fork Ethereum PoW pode expor os usuários a ataques de repetição. Um ataque de repetição permite que um hacker copie uma transação e execute a mesma transação para retirar fundos sem permissão. O PoS é a opção segura.
“Uma vez que a fusão ocorre, a ocorrência de uma divisão na rede parece ser iminente, com uma chance diferente de zero de usar o mesmo chainId que a blockchain com PoS”, disse a Maker.
No Ethereum, a EIP-155 em tese consegue evitar ataques de repetição na rede. Mas se o chainId permanecer 1 e não mudar em um eventual hard fork, os usuários podem perder seu Dai e MKR na cadeia nova. Portanto, o MakerDAO optou por não oferecer suporte para a rede.
Plataformas DeFi recusaram suporte para ETHW O MakerDAO não é o primeiro protocolo DeFi a rejeitar operações com um hard fork do Ethereum. Redes como Aave, Uniswap, Lido e outras também recusaram o suporte para qualquer hard fork. Em todos os casos, as plataformas levantaram questões de segurança.
Enquanto isso, o Ethereum Classic (ETC) ganhou força entre os mineradores que desejam continuar no mercado, pois o token manterá a mineração via Prova de Trabalho (PoW). O preço do ETC já se valorizou 15,73% nos últimos sete dias, enquanto o Ether (ETH) registrou alta de 5,35% no mesmo período.