No último domingo (26), milhares de brasileiros realizaram a prova do concurso público para admissão no Banco do Brasil (SA:BBAS3). Dentre as 70 questões da prova, quatro delas foram voltadas para criptomoedas, sobretudo Bitcoin (BTC), e também para a tecnologia blockchain.
As questões foram incluídas na parte Atualidades do Mercado Financeiro. De fato, elas ganharam posição de destaque abrindo esta seção. Logo depois da prova, as imagens com as questões ganharam repercussão imediata na Internet.
Foram três provas ao todo: A, B e C, e as questões foram distribuídas entre elas. Dessa forma, quase 900 mil pessoas tiveram contato com o BTC no último final de semana.
Questões abordam de transações até mineração
As quatro questões não apenas abraçaram temas diferentes, como também tiveram alternativas para lá de curiosas. Por exemplo, a questão 21 traz um contexto no qual a cliente de um banco deseja investir em criptomoedas.
Na segunda parte, o enunciado pede para o participante responder em quais criptomoedas uma pessoa deve investir para evitar as altas taxas dos bancos. As opções mostradas foram as seguintes:
Já a questão 23 traz um breve resumo sobre como a tecnologia blockchain funciona, inclusive citando os contratos inteligentes. Em seguida, é perguntado para o aluno escolher qual a opção que corresponde ao nome dado a quem insere novos blocos na rede.
Uma terceira questão, a 25, era focada tanto no BTC quanto na blockchain. O enunciado trazia uma investidora que buscava a relação entre as duas tecnologias. Dessa forma, o aluno deveria marca a opção que estabelecia a relação correta.
Por fim, a questão 22 caiu na prova de Agente de Tecnologia, cujo cargo era exclusivo para o Distrito Federal. A questão citava o BTC, mas não no contexto da pergunta e sim como uma das alternativas entre uma série de sistemas.
No final, as respostas para as quatro questões, de acordo com o gabarito oficial do concurso, foram as seguintes: 21: resposta D; 22) resposta C; 23) resposta B; 25) resposta A.
Maior concurso da história
O concurso foi organizado pela Fundação Cesgranrio e tinha dois cargos com vagas em aberto: escriturário Comercial e Agente de Tecnologia. No entanto, apenas o cargo de escriturário tinha vagas para todo o Brasil.
De acordo com dados da, 880 mil pessoas compareceram ao concurso, o que indica um percentual de 52% dos que fizeram a inscrição. Dessa forma, o concurso contou com 1,5 milhão de inscritos, tornando-se o maior da história do país.
O número superou em 50% a marca anterior de 1 milhão de inscritos estabelecida no concurso da Caixa Econômica Federal em 2014. Portanto, o BTC fez história ao estar presente no maior concurso e ter ganho visibilidade entre os quase 900 mil candidatos presentes.
Além disso, a abordagem trazida nas perguntas foi bastante positiva, sobretudo na questão 21. Neste caso, um banco surpreendentemente admite que uma criptomoeda pode trazer maior liberdade e menos custos aos usuários.
Por fim, trata-se de uma ironia ver tais questões na prova do concurso para um banco conhecido por fechar contas de clientes e empresas que negociam criptomoedas. Conforme noticiou o CriptoFácil em 2020, o Banco do Brasil afirmou que continuaria com sua política de fechar contas de exchanges. A restrição, pelo visto, não se aplica aos temas de suas provas.