Por Marco Oehrl
Investing.com – Criptomoedas, como bitcoin e ethereum, ainda não conseguiram se recuperar com firmeza desde o colapso da plataforma de criptos FTX. Os volumes de negociação continuam perto das mínimas do ciclo, em meio a cenários catastróficos que veem o bitcoin afundando abaixo de US$ 10.000 no ano que vem.
No entanto, o ex-CEO da BitMEX, Arthur Hayes, está convencido de que as mínimas do ciclo atual representam um fundo. Ele defende que a onda de vendas atingiu o pico, na medida em que todas as empresas de criptos que estavam ameaçadas pelo espectro da falência já quebraram.
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Na esteira da crise de liquidez, essas empresas foram forçadas a vender seus ativos mais líquidos, que incluem, evidentemente, o bitcoin. Ao mesmo tempo, essas empresas estão em um estágio em que não podem mais vender BTC antes de desaparecerem do mercado para sempre:
“Ao analisar o balanço de qualquer um desses nomes, não é possível encontrar bitcoins, haja vista que já venderam a cripto durante seu processo de falência.
Acredito que o mercado de títulos do Tesouro americanos ficará disfuncional em 2023, devido às políticas de aperto do Fed. Nesse momento, minha expectativa é que o banco central dos EUA acionará sua impressora de dinheiro, promovendo a alta do bitcoin e outros ativos de risco”.
Hayes não é o único a ter essa opinião. A investidora Cathie Wood acredita que o fim da FTX acabará ajudando o setor de DeFi a registrar um crescimento acelerado. Isso porque, em um ambiente transparente e descentralizado de negócios, não há lugar para negócios duvidosos:
“Acredito que estamos aprendendo por causa da FTX, que mostrou toda a importância de redes totalmente transparentes e descentralizadas para os serviços financeiros. A FTX, Celsius e 3AC eram redes fechadas. Sistemas opacos. Não é possível saber o que se passava lá dentro...”
Da sua perspectiva, é por isso que Sam Bankman-Fried preferiu se esquivar do bitcoin. Muito transparente, muito descentralizado e, por isso, impossível de controlar.
Pontos técnicos no bitcoin
O bitcoin operava hoje com uma queda de 0,94% a US$ 17 mil, com uma desvalorização semanal de 1,65%.
A criptomoeda conseguiu se segurar acima do suporte de 23,6% de Fibo a US$ 16.986 por três dias consecutivos. Hoje, no entanto, estava sendo negociado abaixo desse patamar, abrindo espaço para um teste da mínima de 7 de dezembro a US$ 16.715.
Um fechamento diário abaixo desse nível pode mudar o foco para a mínima de 28 de novembro, a US$ 16.013. Abaixo disso, é possível ver perdas subsequentes até a mínima do ciclo de US$ 15.504.
Somente se conseguir se firmar acima da retração de 23,6% de Fibo é que aumentarão as chances de a cripto fazer uma recuperação em relação à retração de 38,2% a US$ 17.841. Essa resistência é reforçada pela marca psicológica de US$ 18.000 e a média móvel de 55 dias, que está em US$ 18.023.