O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a moeda digital nacional, o Real Digital, não pode ser disruptiva para o balanço dos bancos.
A declaração foi feita nesta quinta-feira (7) durante uma videoconferência promovida pelo Banco de Compensações Internacionais, o BIS. O objetivo do evento, do qual participou o chefe da autoridade monetária brasileira, é debater a regulação de ‘big techs’.
“Temos avançado. Temos muitas coisas a resolver para assegurar que a moeda digital não seja disruptiva para os balanços dos bancos”, afirmou.
Além disso, durante o evento, Campos Neto destacou que, em cinco anos, Pix, Open Finance e o Real Digital, irão “convergir”.
Em sua fala, o executivo também abordou o mercado crescente de finanças descentralizadas (DeFi). Segundo ele, o BC está mais atento às plataformas DeFi devido, justamente, à expansão do setor no Brasil.
“Há muitos dados sendo produzidos e transações sendo feitas nesse espaço” disse ele.
Criptomoedas no Brasil
Falando sobre o mercado de criptomoedas em geral, o presidente do BC ressaltou que os criptoativos, principalmente o Bitcoin, vêm sendo muito procurados pelos brasileiros.
Na semana passada, Campos Neto já tinha dito que o BC pretende regular o mercado cripto de duas maneiras diferentes.
Primeiramente, as criptomoedas serão regulamentadas como forma de investimento. Isso porque esta é a forma como os brasileiros mais usam os ativos digitais.
Depois, o BC poderá regular as moedas digitais como meio de pagamento, visto que os brasileiros ainda as usam pouco dessa forma.
Pix
Durante a conferência do BIS, Campos Neto afirmou ainda que o BC antecipou a implementação do Pix justamente para fornecer um “terreno comum” para as instituições competirem no mercado digital.
O executivo destacou ainda o potencial inclusivo do sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. De acordo com o presidente do BC, 40 milhões de brasileiros fizeram através do Pix sua primeira transferência digital:
“Pix está se tornando um fenômeno incrível no Brasil. Fiquei sabendo ontem que 40 milhões de pessoas fizeram sua primeira transação no Pix. Eles nunca fizeram nenhuma outra transação eletrônica e por causa do Pix eles começaram a usar”, ressaltou.