O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a fazer elogios à tecnologia subjacente das criptomoedas, a blockchain.
Durante sua apresentação em um evento promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, Campos Neto afirmou que as redes e protocolos dos ativos digitais podem ser usados em intermediação financeira no futuro, conforme noticiou o Valor Econômico.
“As pessoas focam muito no ativo, mas a beleza disso é o ‘network’ que está sendo criado com os protocolos [de criptoativos]. Eles têm boas características que podem ser usadas e que vão mudar a intermediação financeira no futuro”, afirmou.
Network das criptomoedas
Esta é a segunda vez que o presidente da autoridade monetária brasileira destaca o que chama de “network” das criptomoedas.
Em maio do ano passado, conforme noticiado pelo CriptoFácil, Campos Neto afirmou que as discussões sobre a regulação de criptomoedas eram irrelevantes.
Segundo ele, os ativos digitais em si não são importantes, o que importava é o “network” envolvido. Ou seja, o desenvolvimento dos protocolos nos quais cada criptoativo se baseia.
É claro que o executivo mudou de ideia quanto à regulamentação dos criptoativos que tem avançado do Brasil. Em agosto de 2021, ele informou que o BC estava debatendo o assunto com a Comissão de Valores Mobiliários. Além disso, há um projeto de lei que pretende estabelecer algumas diretrizes para o setor em tramitação no Senado Federal.
Real Digital
Ainda durante sua fala em Washington, Campos Neto falou sobre a implementação do Pix e do processo de emissão da moeda digital brasileira (CBDC), o Real Digital:
“Primeiro precisamos de um sistema de pagamentos instantâneos, o projeto do Pix foi rápido. Também estamos fazendo a moeda digital, que vai ter outro papel”, afirmou.
Neste mês de abril, o chefe do BC reafirmou que o piloto do Real Digital será lançado ainda neste ano, mais precisamente, no segundo semestre.
Além disso, ele informou que a CBDC terá como base o Sistema de Transferência de Reservas (STR), “coração” do Sistema de Pagamentos Brasileiro. É no STR onde ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.