A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (3) o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”.
Investigações apontam que ele liderou um esquema de pirâmide financeira disfarçado de serviço de empréstimo de criptomoedas que movimentou bilhões de reais desde 2016. A prisão preventiva ocorreu em Curitiba, onde vive Francisley.
De acordo com a PF, o suspeito teve prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares. Além do mandado de prisão, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele. Na ação, foram apreendidos itens de luxo, computadores e dispositivos eletrônicos.
Sheik dos Bitcoins é preso em Curitiba
Antes da prisão, Francisley estava respondendo pelos crimes em liberdade. Mas ele estava impedido de continuar administrando as suas empresas. No entanto, a PF informou que o investigado realizou encontros em sua casa com os funcionários das empresas alvo da investigação mesmo com a determinação.
Isso demonstrou, segundo a PF, “que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”.
Destaca-se que a PF já havia feito dois pedidos de prisão preventiva para o Sheik dos Bitcoins, mas a Justiça Federal os negou, alegando que ele não apresentava risco às testemunhas e que não havia fatos novos (no caso do segundo pedido).
Detalhes do esquema
Natural de São Paulo, Francisley se estabeleceu em Curitiba onde criou uma empresa do ramo da tecnologia.
A PF estima que hoje o investigado tenha mais de cem empresas por meio das quais ele aplicava o golpe. Com o dinheiro das vítimas, ele comprava imóveis, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões. Além disso, fazia doações a igrejas.
No final do ano passado, o esquema do Sheik começou a colapsar e ele suspendeu os pagamentos aos clientes. Então, começaram a surgir denúncias contra ele a partir de março deste ano.
Uma das possíveis vítimas do Sheik é Sasha Meneghel, que, segundo a PF, teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão com o golpe. Além disso, a PF destacou que na lista de vítimas também estão jogadores de futebol, cujos nomes não foram revelados.
O cantor Wesley Safadão também está envolvido com o Sheik. Ele disputa na Justiça a posse de um jatinho avaliado em R$ 37 milhões. O artista alega ser vítima do golpista. Por isso, a aeronave seria uma garantia de pagamento devido ao prejuízo.