As autoridades da Suíça começaram a fechar o cerco contra ativos russos no país. Dessa vez, o país mira investimentos em criptomoedas sediados em território suíço.
De acordo com o Financial Times, a medida tem como alvo grandes bilionários que podem querer utilizar criptomoedas para burlar as sanções impostas ao país. Com isso, os suíços planejam bloquear criptomoedas que estejam em posse dessas pessoas.
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Assim, se cidadãos russos utilizarem sistemas suíços para negociar ou armazenar criptomoedas, os fundos poderão ser bloqueados. No entanto, as autoridades reconhecem que não podem proibir todas as transações.
“Se alguém tiver sua própria chave privada, onde quer que esteja, será praticamente impossível identificá-lo. Mas, se eles estiverem usando serviços de criptomoedas – fundos, exchange – esses pontos de serviço podem ser direcionados”, disse o FT.
A Suíça é um país historicamente neutro em conflitos, mas essa postura mudou após a invasão russa na Ucrânia. O país juntou-se à União Europeia e aos Estados Unidos na imposição de sanções financeiras contra os russos após a guerra iniciada pelo presidente Putin.
Tentativas de bloqueio
Desde que Vladimir Putin lançou sua “operação militar especial” contra a Ucrânia, que acabou sendo uma guerra total. Em seguida, medidas severas foram aplicadas para restringir a Rússia e seus indivíduos mais ricos (oligarcas) de acessar serviços financeiros e até mesmo seu próprio dinheiro.
As sanções financeiras evoluíram rapidamente e culminaram com a exclusão de bancos russos do sistema de pagamentos Swift. Como resultado, o maior banco da Rússia, o Sberbank, declarou insolvência por causa da quantidade de pedidos de saques.
Nesse cenário, as criptomoedas também foram trazidas para a mistura, já que os oligarcas podem usá-las para contornar as sanções. Como tal, o governo da Ucrânia chegou a pedir às exchanges que parassem de atender clientes com sede na Rússia e até congelassem seus ativos.
Esses pedidos não foram bem recebidos pelas empresas, e a maioria deles foi recusada. Binance, Coinbase (NASDAQ:COIN) e Kraken até agora se recusaram a fazê-lo, dizendo que tal movimento seria contraditório à natureza das criptomoedas.
Por outro lado, várias exchanges da Coreia do Sul começaram a bloquear endereços de IP russos. A Suíça adotou uma postura semelhante. Além de se juntar à UE na imposição de todas as sanções contra a Rússia, o país também foi atrás das criptomoedas dos russos em seu solo.