Por Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) - O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, procurou tranquilizar parlamentares norte-americanos nesta quarta-feira ao afirmar que a moeda digital libra será uma força para o bem, capaz de reduzir custos de pagamentos eletrônicos e ajudar mais pessoas a participarem do sistema financeiro global.
Aparecendo de terno e gravata perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Zuckerberg disse que o Facebook não apoiará nenhuma ação da Associação Libra para lançar a criptomoeda sem resolver todas as preocupações regulatórias dos EUA. A entidade é formada por um consórcio de 21 membros, incluindo empresas financeiras e organizações sem fins lucrativos.
A representante Maxine Waters, a feroz democrata que preside o painel, havia anteriormente pedido que a libra suspendesse o lançamento planejado da moeda em 2020 e elaborou uma lei que impediria as empresas de tecnologia de entrarem em serviços financeiros.
Ela questionou Zuckerberg sobre os passos do Facebook para combater a desinformação e a supressão de eleitores antes das eleições presidenciais de novembro de 2020 nos EUA. Na segunda-feira, a empresa divulgou que havia removido uma rede de contas russas direcionadas aos eleitores norte-americanos no Instagram.
"Seria benéfico para todos se o Facebook se concentrar em resolver suas muitas deficiências e falhas existentes antes de prosseguir com o projeto da libra", disse Waters a Zuckerberg.
O presidente-executivo do Facebook falou aos congressistas dos EUA pela última vez em abril de 2018, quando respondeu a 10 horas de perguntas em duas sessões da Câmara e do Senado sobre o uso indevido de dados de clientes do Facebook pela empresa de consultoria política Cambridge Analytica.
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Zuckerberg reconheceu os erros do Facebook, mas disse que eles não deveriam ficar no caminho da libra, que, segundo ele, ajudará a reduzir o custo dos pagamentos globais.
"Entendo que não sou o mensageiro ideal para isso agora, enfrentamos muitos problemas nos últimos anos e tenho certeza de que muitas pessoas gostariam que alguém, além do Facebook, estivesse ajudando a propor isso", disse ele.
A audiência desta quarta-feira também deve tratar de questões antitruste depois que 46 procuradores dos EUA iniciaram uma investigação antitruste contra o Facebook liderada por Nova York. A investigação pode forçar uma revisão geral dos negócios da gigante da mídia social.