LIMA (Reuters) - A demora do anúncio oficial de quem venceu a acirrada eleição presidencial do Peru em 6 de junho está complicando a transferência de poder, e só faltam duas semanas para o término do governo do presidente interino, Francisco Sagasti.
O socialista Pedro Castillo está 44 mil votos à frente da rival de direita Keiko Fujimori, mas o órgão eleitoral ainda não pode proclamar sua vitória devido ao questionamento de cédulas e às denúncias de suposta fraude sem grandes provas apresentadas pela candidata derrotada.
O porta-voz do Júri Nacional de Eleições, Luis Alberto Sánchez, diz que as autoridades terminaram de revisar todas as queixas pendentes, mas que ainda faltam outros filtros e trâmites e que o anúncio oficial do vencedor da votação terá que esperar até 20 de julho.
Sagasti, que assumiu o poder em novembro em meio a uma crise política decorrente da destituição e da renúncia de seus dois antecessores em somente um semana, deve ceder o posto para um novo mandato de cinco anos no dia 28 de julho.
O ministro da Economia, Waldo Mendoza, disse na noite de segunda-feira que Sagasti deu instruções a seu gabinete para que este possa permanecer ao final de seu período e ajudar com a transferência, se o novo governo considerar apropriado.
"Ali estaremos pelo tempo razoável que exija esta situação, que é especial", disse o ministro à rede de televisão a cabo Canal N.
Enquanto o Júri Nacional de Eleições não proclamar oficialmente seu resultado, nenhum organismo estatal pode realizar reuniões de transferência de poder com a equipe daquele que será o novo governante.
(Por Marco Aquino)