BERLIM (Reuters) - A Alemanha, a maior economia da Europa, ainda está a caminho de uma recessão, mesmo com um novo plano do governo de gastar 65 bilhões de euros para proteger consumidores e empresas de energia da inflação crescente, dizem economistas.
O pacote mais recente eleva para 95 bilhões de euros os recursos destinados ao combate à inflação desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro. Para efeitos de comparação, o governo gastou 300 bilhões de euros para sustentar a economia nos dois anos da pandemia.
"O terceiro pacote de ajuda faz pouco para mudar o fato de que a Alemanha deve entrar em recessão no outono (no hemisfério norte)", disse o economista-chefe do Commerzbank, Joerg Kraemer.
A economia alemã cresceu pelas margens mais estreitas no segundo trimestre, e a guerra na Ucrânia, os preços crescentes da energia, a pandemia e as interrupções no fornecimento agora estão empurrando o país para uma retração, que pode já ter iniciado.
Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira mostrou que o setor de serviços da Alemanha contraiu pelo segundo mês consecutivo em agosto, com a demanda doméstica sob pressão da inflação crescente e da confiança vacilante.
A decisão da Rússia de parar de bombear gás pelo gasoduto Nord Stream 1 aumenta os problemas da Alemanha, embora as reservas de gás alemãs tenham atingido 85% da capacidade no sábado e o chanceler Olaf Scholz tenha prometido que o país "atravessará isso."
(Reportagem de Rene Wagner)