BERLIM (Reuters) - A Alemanha vai parar de pagar compensações a trabalhadores que não se vacinaram contra a Covid-19 forçados a adotar medidas de quarentena contra a doença, pois seria injusto pedir aos contribuintes do país que subsidiem aqueles que recusaram a imunização, disse o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, nesta quarta-feira.
As regras de quarentena, que serão implementadas nos 16 Estados do país, começarão a valer em 11 de outubro no mais tardar, disse o ministro.
As normas valerão para pessoas que forem diagnosticadas com o vírus e aquelas que estiverem voltando de países considerados de "alto risco" de Covid-19, o que agora inclui Reino Unido, Turquia e partes da França, entre outros.
Viajantes não-vacinados desses locais são obrigados a ficar em quarentena durante ao menos cinco dias, mas não os que estão vacinados ou se recuperaram recentemente.
Críticos dizem que tais regras seriam equivalentes a uma obrigatoriedade de vacinação contra Covid-19, porque muitos trabalhadores não podem ficar em casa sem receber.
"Devemos enxergar isso de forma diferente", disse Spahn durante entrevista coletiva. "É sobre justiça. Aqueles que protegem a si mesmo e aos outros por meio da vacina podem, corretamente, perguntar por que devemos pagar a alguém que acabou entrando em quarentena depois de passar férias em um local de risco."
Também existem preocupações sobre privacidade. A Alemanha tem leis duras para regulamentar a privacidade de dados devido ao seu histórico de vigilância estatal de nazistas e comunistas sobre os cidadãos, e os empregadores normalmente não têm direito de pedir informações de saúde dos funcionários.
A vacinação não é obrigatória na Alemanha, mas as autoridades têm adotado medidas para tornar cada vez mais inconveniente a decisão de não se vacinar.
(Por Andreas Rinke)