Por Sarah Marsh e Matthias Williams
BERLIM (Reuters) - A Alemanha anunciou sua primeira Estratégia de Segurança Nacional nesta quarta-feira, chamando a Rússia de maior ameaça à Europa e alertando sobre a crescente rivalidade com a China enquanto Pequim tenta usar seu poderio econômico para alcançar objetivos políticos.
O documento fornece uma visão geral da política externa de Berlim, que passou a priorizar a segurança mais do que os interesses econômicos no ano e meio desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Esta é uma grande mudança que está sendo realizada por nós na Alemanha na forma como lidamos com a política de segurança", afastando da estratégia militar isolada e em direção a um conceito de segurança integrada, disse o chanceler Olaf Scholz na apresentação do documento.
A estratégia também abordou ameaças desde as mudanças climáticas até interrupções na cadeia de suprimentos.
O plano também visa garantir uma abordagem interministerial mais coesa para a segurança, embora o governo não tenha chegado a um acordo sobre a criação de um Conselho de Segurança Nacional devido a divergências dentro da coalizão de três vias de Scholz sobre onde ele deveria ser instalado.
Uma das poucas promessas específicas feitas na estratégia, entretanto, refere-se à preparação militar.
Dias após a invasão da Rússia em fevereiro de 2022, Scholz fez um discurso anunciando uma "virada de uma era" ou "Zeitenwende", na qual disse que a Alemanha a partir de agora investiria mais de 2% da produção econômica em defesa após anos resistindo aos apelos dos aliados da Otan para isso.