RIO DE JANEIRO (Reuters) - O aumento dos estoques e mudanças nas condições de financiamento imobiliário continuaram pressionando os preços de imóveis para aluguel e venda no terceiro trimestre de 2015, segundo levantamento do portal imobiliário VivaReal divulgado nesta quinta-feira.
Das 30 cidades pesquisadas, apenas dez tiveram aumentos nos preços de venda, acima da inflação, no período entre julho e setembro, na comparação com o trimestre anterior, com grandes capitais como São Paulo e Salvador apresentando altas abaixo de 1 por cento.
No período, o IPCA subiu 1,33 por cento, e o IGP-M, 1,64 por cento.
"Ainda existe um crescimento (de preços) na maior parte das cidades em termos nominais, mas com a inflação acelerada do jeito que está, o mercado imobiliário não está acompanhando", disse o vice-presidente-executivo do portal, Lucas Vargas.
Para os próximos meses, Vargas não espera grande recuperação de preços. Para o final do ano, disse ele, as incorporadoras devem realizar novas ações promocionais, como a Black Friday, em novembro.
"As incorporadoras vão precisar fazer algumas ações para melhorar seus indicadores... Vai ter bastante oportunidade de liquidação", acrescentou.
As pressões sobre a venda de imóveis também acabam afetando os aluguéis, uma vez que proprietários que inicialmente pretendiam comercializar passam a buscar a locação como fonte de renda, segundo Vargas.
No caso do aluguel, das 30 cidades pesquisadas, apenas Florianópolis, Fortaleza e Joinville tiveram aumentos acima da inflação, de entre 2,9 e 6 por cento. Outras 23 cidades tiveram queda nos preços de locação, sendo a mais brusca em Osasco, de 16,7 por cento.
Mas, nos próximos meses, quando mais pessoas deixarem de comprar imóveis para alugar, isso pode desmembrar o excesso de oferta e assim o preço do aluguel pode parar de cair, disse Vargas.
(Por Juliana Schincariol)