Por Karen Pierog e Saqib Iqbal Ahmed
CHICAGO/NOVA YORK (Reuters) - Apesar de semanas de espera, os investidores reduziram suas expectativas para o evento de sexta-feira em Jackson Hole, dizendo que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, tem poucos motivos para sacudir os mercados.
Alguns observadores do mercado viam a conferência como um momento potencialmente importante, quando Powell poderia dar pistas sobre a redução dos 120 bilhões de dólares do Fed em compras mensais de ativos, que sustentaram o mercado após o baque da Covid-19.
No entanto, com um consenso ainda se formando entre os membros do Fed sobre quando apertar a política monetária, alguns esperam ver poucas revelações que possam ter impacto nos mercados no discurso de Powell, alegando que o Fed vai querer ver os próximos dados de emprego e inflação e obter mais informações sobre como a variante Delta do coronavírus afeta a economia.
"Parece que os mercados e os investidores estão basicamente entrando neste evento com uma postura mais neutra e não fazendo grandes apostas nem para um lado nem para outro", disse Anders Persson, diretor de investimentos da Nuveen.
Em meio a muitas caracterizações da conferência como possivelmente "entediante", os índices de ações dos EUA atingiram máximas recordes recentemente e os mercados de derivativos estão dando de ombros para Jackson Hole, embora os mercados de títulos tenham estado um pouco mais voláteis.
Enquanto isso, as opiniões sobre uma redução de estímulos podem estar mudando devido à variante Delta. O presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, disse na semana passada que pode precisar ajustar sua visão a favor de cortes nas compras de ativos neste outono (no Hemisfério Norte).
Mesmo quando a redução de apoio monetário começar, alguns dizem que o Fed provavelmente não gerará um "taper tantrum" semelhante ao de 2013, quando o então chair Ben Bernanke disse que o banco central poderia desacelerar o ritmo de compras de ativos e impulsionou os rendimentos dos Treasuries drasticamente.