SÃO PAULO (Reuters) - O mercado voltou a melhorar suas perspectivas tanto para a inflação quanto para a atividade econômica neste ano, mantendo o cenário para a política monetária de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
O levantamento foi encerrado na sexta-feira, antes do primeiro turno da eleição para presidente, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o mais votado e disputará um tenso segundo turno com o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
O Focus mostrou que a conta para a inflação este ano caiu pela 14ª vez seguida e foi a 5,74%, de 5,88% na semana anterior. Para 2023 e 2024 não houve alterações, com a alta do IPCA calculada respectivamente em 5,00% e 3,5%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5%, para 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,0%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou ainda melhora no cenário para o Produto Interno Bruto (PIB). As estimativas de crescimento são agora de 2,70% em 2022 e 0,53% em 2023, de 2,67% e 0,50% calculados antes.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção das expectativas para a taxa básica de juros, com a Selic calculada em 13,75% e 11,25% para este ano e o próximo, após o BC ter interrompido seu ciclo de aperto monetário no mês passado.
A autoridade monetária avaliou que uma elevação adicional da Selic na última reunião teria reforçado postura de vigilância e refletiria uma atividade econômica mais forte do que esperada, mas a decisão final de manter a taxa em 13,75% considerou cautela e necessidade de avaliar os impactos do aperto feito até agora nos juros.
(Por Camila Moreira)