Rio de Janeiro, 11 ago (EFE).- Os analistas do mercado financeiro reduziram pela 11ª semana consecutiva sua projeção para o crescimento do Brasil em 2014, que cifraram em 0,81% contra 0,86% calculado há uma semana, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Os economistas dos bancos também reduziram sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, desde 1,5% há uma semana até 1,2% na pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
As novas previsões fazem parte do Boletim Focus, uma pesquisa realizada semanalmente entre 100 economistas do mercado financeiro nacional.
Há quatro semanas, os analistas projetavam um crescimento econômico de 1,05% para 2014 e de 1,5% para 2015.
O aumento do pessimismo com relação ao desempenho da economia do Brasil vem aumentando principalmente pelas más expectativas para o setor industrial, cuja produção cai gradualmente apesar das cada vez mais seguidas medidas do governo para incentivar as vendas das fábricas.
Segundo a pesquisa do organismo emissor, os analistas preveem que a produção industrial do Brasil sofrerá neste ano uma retração do 1,53%, frente à queda de 0,9% que esperavam há quatro semanas.
A previsão dos analistas para o crescimento do Brasil está muito abaixo da expansão de 2,5% esperada pelo governo e até dos 2% admitidos pelo Banco Central em sua última análise trimestral.
As novas previsões indicam que os analistas esperam uma forte desaceleração econômica após a ligeira recuperação de 2013. Depois de ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de só 1% em 2012 e de 2,3% em 2013.
Quanto aos preços, os economistas reduziram sua previsão para a inflação em 2014 desde 6,39% calculado há uma semana até 6,26% na pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
Foi a quarta semana consecutiva em que os analistas revisaram para baixo sua projeção para a inflação, já que há exatamente um mês calculavam que ficaria em 6,48%, muito próxima ao teto da meta tolerada pelo governo.
A meta para a inflação no país é de 4,5% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,5%.
O Brasil fechou 2013 com uma inflação de 5,91% e o aumento dos preços no início deste ano chegou a pôr em dúvida o cumprimento da meta, mas a inflação finalmente começou a ceder, principalmente pela decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros interna até seus maiores níveis nos últimos anos.
Quanto à inflação para 2015, os economistas elevaram sua projeção desde 6,24% na semana passada até 6,25% na pesquisa divulgada hoje.