BRASÍLIA (Reuters) - A manutenção do rating "Ba2" da dívida soberana do Brasil pela Moody's, com perspectiva estável, é um voto de confiança na estabilidade fiscal de longo prazo do país, disse o secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar.
A decisão da agência de classificação de risco na sexta-feira ocorre enquanto o déficit e a dívida do governo brasileiro atingem níveis recordes devido à crise do coronavírus e após a Fitch e a S&P terem cortado a perspectiva para o rating do país, de estável para negativa.
"Em uma demonstração de confiança no Brasil, a agência de classificação de risco Moody's anunciou a manutenção do rating soberano do Brasil.", tuitou Mattar neste sábado.
"O Ministro (da Economia, Paulo) Guedes tem como compromisso a continuidade das reformas e o ajuste fiscal para manutenção da confiança no país. Após a pandemia as contas serão reorganizadas", afirmou Mattar.
A Moody's argumentou que as baixas taxas de juros facilitam o serviço da dívida, que espera consolidação fiscal pós-crise, e que o país tem exposição limitada à dívida externa, além de fortes reservas em moeda estrangeira.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse na semana passada que o recorde do déficit orçamentário primário do governo neste ano pode exceder 9% do produto interno bruto, enquanto a dívida pode ultrapassar 90% do PIB.
A economia deverá cair neste ano para o ritmo mais fraco em pelo menos um século, segundo o governo e um número crescente de economistas. Além disso, as crises políticas e de saúde do país estão se intensificando.
O rating de crédito "Ba2" do Brasil pela Moody's está dois níveis abaixo do chamado grau de investimento.
(Reportagem de Jamie McGeever)