Investing.com - Após ser duramente criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas semanas, o presidente do Banco Central (BC) Brasileiro Roberto Campos Neto concede entrevista exclusiva ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 13, a partir das 22h.
Confira abaixo a entrevista ao vivo de Campos Neto ao Roda Viva, sob o comando da jornalista Vera Magalhães:
Contexto
Rebatendo as críticas sobre o patamar dos juros, Campos Neto afirmou que a independência do BC é importante porque desconecta o ciclo da política monetária do ciclo político.
Com a inflação acima da meta em 2021 e em 2022, a perspectiva é de que o indicador oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), seja superior ao patamar estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) também neste ano.
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De acordo com Boletim Focus, divulgado pelo BC na manhã de hoje, economistas consultados pela autoridade monetária projetam uma inflação de 5,79% em 2023, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%. As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, estão em 4%. Além disso, o relatório aponta que os analistas esperam que a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, feche o ano em 12,75%. Atualmente, a Selic está em 13,75%.
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Críticas ao patamar de juros
O presidente Lula tem feito duros pronunciamentos a respeito do papel do Banco Central, que mantém os juros em patamar considerado elevado para frear a inflação e atingir a meta no “horizonte relevante”. Lula defende que o Senado se mantenha "vigilante" a respeito da atuação de Campos Neto. As falas ocorrem diante de especulações de economistas sobre uma possível mudança nas metas de inflação, tendo em vista que a expectativa é de que não ela não seja cumprida novamente.
Economistas e analistas do mercado financeiro não concordam com uma possível mudança, com o entendimento de que poderia desancorar as expectativas. Por outro lado, quem defende a alteração avalia que, diante de uma meta que já não deve ser cumprida, manter os juros elevados compromete outros indicadores, como o crescimento econômico e o desemprego.
A próxima reunião do CMN está marcada para esta quinta-feira, 16, e a equipe econômica estuda revisar a decisão sobre as metas. As metas são definidas conselho, hoje composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento, Simone Tebet; além de Campos Neto.
Amanhã, às 9h45, Campos Neto participa também do evento BTG (BVMF:BPAC11) Conference.