LONDRES (Reuters) - Depois que manifestantes insultaram o líder trabalhista britânico, Keir Starmer, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enfrentava pressão, nesta terça-feira, para retirar uma alegação de que o líder da oposição não havia processado um dos mais notórios abusadores de crianças do país.
Johnson, que venceu com folga as eleições de 2019, está enfrentando a crise mais grave de seu cargo de primeiro-ministro após uma série de escândalos, incluindo revelações de que ele e sua equipe participaram de festas na residência oficial em Downing Street durante o lockdown para conter a Covid-19.
Quando Johnson pediu desculpas ao Parlamento pelas festas em 31 de janeiro, ele alegou falsamente que Starmer não havia processado Jimmy Savile, um falecido astro da TV que abusou de centenas de crianças, durante seu período como diretor do Ministério Público (DPP).
Starmer foi confrontado por manifestantes furiosos na segunda-feira que o cercaram após um protesto contra a vacinação contra a Covid.
Antes de serem escoltados para um carro da polícia, alguns dos manifestantes gritaram para ele: "Traidor!" e "Você estava protegendo Jimmy Savile?"
"É realmente importante para nossa democracia e para a segurança dele que os falsos insultos sobre Savile sejam retirados por completo", disse o parlamentar conservador Julian Smith.
Outro parlamentar conservador, Roger Gale, afirmou que tal tratamento a Starmer era vergonhoso.
"Isso, temo eu, é resultado direto do uso deliberadamente descuidado da linguagem na Câmara", disse Gale.
A turbulência corre o risco de minar ainda mais a autoridade de Johnson enquanto ele busca revigorar sua equipe em Downing Street e enfrenta alegações de partidos da oposição de que é incapaz de governar.
Parlamentares da oposição pediram a Johnson, que classificou o assédio a Starmer como vergonhoso, para se desculpar pelos comentários sobre Savile.
Os apoiadores de Johnson disseram que, embora o comportamento dos manifestantes tenha sido inaceitável, é um passo longe demais culpar o primeiro-ministro pelas ações durante o protesto.
(Reportagem de Muvija M)