BERLIM (Reuters) - O apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) caiu para menos de 20% pela primeira vez desde julho, segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira, após os protestos nacionais contra a sigla nas últimas três semanas.
O apoio ao AfD recuou 1 ponto percentual para 19% na pesquisa da Forsa. Ele permaneceu firme em segundo lugar, atrás dos conservadores, de oposição, com 32%, enquanto os social-democratas do chanceler Olaf Scholz, de centro-esquerda, ficaram em terceiro lugar, com 15%.
De acordo com a pesquisa, os eleitores alemães identificaram as contínuas manifestações em massa contra a extrema-direita como a questão mais importante.
Os protestos em todo o país contra o AfD ganharam força após uma notícia de que dois membros do alto escalão do partido haviam participado de uma reunião para discutir planos de deportação em massa de cidadãos de origem estrangeira. O AfD negou que a proposta representasse a política do partido.
Após a notícia, as empresas alemãs e seus CEOs também intensificaram os alertas sobre a ameaça do extremismo de direita à maior economia da Europa.
"Todos nós, como sociedade, mas também a economia e nós, como empresas, devemos defender nossos valores e assumir a responsabilidade", disse Hildegard Mueller, presidente da associação automotiva alemã VDA, em seu discurso de abertura da conferência anual da associação nesta terça-feira.
"Eles também afugentam trabalhadores qualificados e investidores internacionais", acrescentou ela, dizendo que a popularidade de tal partido prejudicaria a reputação da Alemanha como nação exportadora.
O AfD, fundado há 11 anos, ficou em primeiro lugar nas pesquisas recentes em todos os três Estados do leste da Alemanha que realizarão eleições este ano.
(Reportagem de Sarah Marsh e Victoria Waldersee)