BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal ficou praticamente estável em outubro, com queda real de 0,02% sobre igual mês de 2018, a 135,202 bilhões de reais, divulgou a Receita Federal nesta segunda-feira. O dado veio pior que a expectativa de 138,77 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters com analistas, e quebrou uma sequência de seis dados positivos seguidos registrados nos meses anteriores.
Apesar das receitas administradas pela Receita, que envolvem o recolhimento de impostos, terem subido em termos reais 1,47% sobre outubro do ano passado, as receitas administradas por outros órgãos, sensibilizadas por royalties de petróleo, caíram 15,44% na mesma base, levando o resultado geral para o vermelho.
Em coletiva de imprensa, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, afirmou que a arrecadação das receitas administradas está em linha com o desempenho da atividade econômica. E defendeu não ser possível contar com previsibilidade em relação às receitas administradas por outros órgãos.
"A indústria do petróleo remunera o Estado por meio de participações, que dependem do preço do petróleo, do volume de produção, do cronograma de participações, que não são regulares ao longo do ano", afirmou.
No ano até agora, a arrecadação geral também teve um desempenho negativo em janeiro (-0,66%) e março (-0,58%). Apesar de positiva, a arrecadação de setembro foi tímida, com avanço de 0,06%.No acumulado de janeiro a outubro, houve alta real de 1,92% na arrecadação total, a 1,264 trilhão de reais. Na série corrigida pela inflação, este foi o melhor desempenho para o período desde 2014 (1,289 trilhão de reais). Na semana passada, o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, havia dito que, conforme números preliminares, a arrecadação em outubro havia sido de 135 bilhões de reais, dado confirmado nesta segunda-feira. Para os 10 primeiros meses do ano, contudo, ele indicou um resultado de 1,140 trilhão de reais.
ANO
Para 2019, a expectativa da Receita segue sendo de alta de 1,5% a 2% das receitas administradas. De janeiro a outubro, a elevação nessa linha foi de 1,87%.
"A sinalização é de que o ritmo de retomada da atividade econômica vai manter uma tranquilidade em termos do resultado deste ano", afirmou Malaquias.
(Por Marcela Ayres)