BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal arrecadou 95,461 bilhões de reais em impostos e contribuições em novembro, pior desempenho para o mês em sete anos e numa queda real de 17,29 por cento sobre o mesmo mês de 2014, retratando a dificuldade do governo em elevar as receitas num cenário de intensa recessão econômica.
Analistas consultados pela Reuters projetavam uma arrecadação de 100 bilhões de reais no mês.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Receita, o resultado foi o mais fraco para novembro desde 2008, quando a arrecadação havia somado 88 bilhões de reais, em cifra atualizada pela inflação.
No acumulado de janeiro a novembro, a arrecadação sofreu um recuo real (descontada a inflação) de 5,76 por cento, a 1,1 trilhão de reais, mais baixa para o período desde 2010 (1,05 trilhão de reais).
Apesar dos ajustes promovidos pelo governo até agora para reequilibrar as contas, as desonerações também seguiram pesando sobre a arrecadação, somando 95,356 bilhões de reais de janeiro a novembro, ou 7,65 por cento a mais sobre igual etapa de 2014.
NOVEMBRO
Segundo a Receita, o resultado de novembro foi prejudicado pela base de comparação, já que no mesmo mês de 2014 houve concentração de pagamentos em função da concessão de parcelamentos especiais.
Na comparação anual, houve uma queda de 85,08 por cento na receita com parcelamentos especiais, a 1,343 bilhão de reais.
O recolhimento de impostos e contribuições também foi afetado em novembro pela retração na receita previdenciária (-13,65 por cento) e nos recursos obtidos com Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) (-29,71 por cento).
Ao mesmo tempo, houve declínio no recolhimento de Cofins/PIS-Pasep (-12,95 por cento), IRRF-Rendimento do Trabalho (-17,09 por cento) e IPI (-30,96 por cento).
(Por Marcela Ayres)