BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve queda real de 0,39% em novembro sobre o mesmo mês do ano anterior, a 179,392 bilhões de reais, informou a Receita Federal nesta quarta-feira, com a variação mensal retomando o campo negativo após uma alta em outubro ter interrompido período de quatro meses no vermelho.
Apesar de o resultado ter ficado abaixo do registrado em novembro de 2022 em termos reais, a série histórica da Receita mostra que o dado foi o segundo mais alto para o mês desde 2013, quando marcou o equivalente a 200,463 bilhões de reais em valores corrigidos pela inflação.
"Nós tivemos um ano de 2022 extraordinário, e este ano não é tão extraordinário quanto o ano passado, mas mantém ainda um patamar bastante elevado de arrecadação", disse o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias.
Segundo a Receita, a arrecadação total registra queda ajustada pela inflação de 0,66% no acumulado de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período de 2022, a 2,087 trilhões de reais.
Em novembro, os recursos captados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, teve queda real de 0,52% sobre o mesmo mês do ano passado, a 172,503 bilhões de reais. No acumulado dos onze primeiros meses de 2023 houve alta real de 0,55%, a 1,979 trilhão de reais, informou o fisco.
Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, tiveram alta real no mês passado de 2,88%, a 6,890 bilhões de reais, mas acumularam no ano baixa de 18,56%.
De acordo com o fisco, o desempenho do mês passado foi explicado principalmente pelo comportamento dos indicadores econômicos, com contração nas vendas de serviços, queda no volume de notas fiscais emitidas e baixa no valor em dólar das importações.
No mês, foram registrados recuos na arrecadação de Imposto de Renda das empresas e dos trabalhadores e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Também houve queda nas receitas de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados em decorrência, principalmente, da diminuição no volume das importações no período.
(Por Bernardo Caram)