BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal fechou 2017 a 1,342 trilhão de reais, aumento real de 0,59 por cento e no melhor resultado em dois anos, em meio ao quadro de recuperação econômica após forte recessão e receitas extraordinárias, que ajudaram o governo a cumprir a meta fiscal do ano passado com alguma folga.
Só com o programa de renegociação de dívidas tributárias, o Refis, foram levantados 26,307 bilhões de reais no ano, cifra que também considera os parcelamentos no âmbito da dívida ativa, divulgou a Receita Federal nesta sexta-feira.
Após elevação de impostos sobre combustíveis numa investida para fortalecer os cofres públicos, o governo também viu a arrecadação com PIS-Cofins sobre combustíveis subir 5,683 bilhões de reais em 2017 na comparação com o ano anterior, a 20,246 bilhões de reais.
Também contribuiu para o desempenho no ano a arrecadação com Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimento do trabalho, que cresceu 7,74 por cento no ano, a 112,781 bilhões de reais, na esteira da retomada da atividade.
Segundo a Receita, a arrecadação com Cofins/PIS-Pasep cresceu 3,56 por cento no período, a 281,133 bilhões de reais, enquanto que a receita previdenciária subiu 1,71 por cento, fechando 2017 a 407,536 bilhões de reais.
Esses avanços mais do que compensaram a queda observada no ano com Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica/CSLL e IRRF sobre rendimentos de capital.
Só em dezembro, a arrecadação cresceu 4,93 por cento sobre igual mês do ano anterior, a 137,842 bilhões de reais, performance mais forte para o mês desde 2014 e em linha com estimativa de 140 bilhões de reais apontada em pesquisa Reuters com analistas.
Diante do desempenho da arrecadação melhor que o inicialmente esperado em 2017, fontes do governo já admitem que o rombo primário do governo central deve ficar bem abaixo do déficit de 159 bilhões de reais estipulado como meta.
(Por Marcela Ayres)