LONDRES (Reuters) - O Escritório de Fraudes Graves do Reino Unido (SFO, na sigla em inglês) encerrou sua investigação sobre a mal sucedida venda da Autonomy para a Hewlett-Packard em 2011, afirmando que não há evidências o bastante para garantir uma condenação dos ex-executivos da empresa de software.
A Autonomy deveria ser a peça central de 11,1 bilhões de dólares de uma transição da HP para os softwares, mas o acordo azedou um ano depois quando acabou com três quartos do valor da empresa.
A HP alegou que "alguns antigos membros da equipe de administração da Autonomy usaram impropriedades contábeis, deturpações e falhas de divulgação" para inflar o valor aparente da companhia em mais de 5 bilhões de dólares.
A antiga administração da Autonomy, incluindo o fundador Mike Lynch, negou as acusações.
A HP, sediada em Palo Alto, Califórnia, disse que transmitiu informações apoiando suas acusações e obtidas de um denunciante anônimo ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, à Securities and Exchange Commission e à SFO.
A SFO, que iniciou sua investigação no início de 2013, disse "em respeito a alguns aspectos das acusações, a SFO concluiu que, com as informações disponíveis, as evidências são insuficientes para perspectivas realistas de condenação".
O órgão disse que cedeu a jurisdição sobre outros aspectos do caso a autoridades norte-americanas, cuja investigação está em curso.
Lynch, matemático nascido na Irlanda que liderava a empresa quando ela foi vendida, recebeu bem a decisão da SFO.
"Lembremos, a HP fez acusações de uma fraude de 5 bilhões de dólares e apresentou o caso em público dramaticamente", disse em comunicado nesta segunda-feira.
"Agora a HP enfrenta questionamentos próprios sérios sobre sua conduta nesse caso e as afirmações falsas que fez".
A HP disse que permanece "comprometida em responsabilizar os arquitetos da fraude Autonomy".
(Por Paul Sandle)