(Corrige no 3º parágrafo a referência a Compton, na Califórnia, como berço do hip-hop)
Por Jill Serjeant
(Reuters) - O hip-hop dominou o palco da premiação do Grammy na noite de segunda-feira, com números que colocaram a tensão racial novamente na pauta e nos quais algumas das maiores estrelas da música falharam em brilhar.
O disco "To Pimp a Butterfly", de Kendrick Lamar, não conquistou o cobiçado troféu de álbum do ano, mas sua apresentação passional e politizada das canções "The Blacker the Berry" e "Alright", que contaram com negros acorrentados em uma prisão e dançarinos tribais africanos, roubou o show.
"Sou afro-norte-americano, sou africano, sou negro como a lua, herança de um pequeno vilarejo, desculpem minha residência, vim do fundo da humanidade", entoou Lamar, de 28 anos, que é natural de Compton, na Califórnia.
Nas vésperas da cerimônia toda a atenção estava voltada para Adele, que retornava à maior noite da indústria musical após uma ausência de quatro anos e no embalo do enorme sucesso de seu novo disco, "25".
Mas o desempenho da britânica na balada "All I Ask" foi prejudicado por problemas de som e notas desafinadas, algo incomum e que chocou muitos fãs.
"Os microfones do piano caíram nas cordas do piano, esse foi o som da guitarra que apareceu. Fez com que soasse foram de tom. Merdas acontecem. X", foi a reação de Adele em seu Twitter.
Acabou sendo Lady Gaga quem levantou a plateia do Staples Center de Los Angeles com sua homenagem psicodélica a David Bowie, que morreu em janeiro.