Rio de Janeiro, 5 nov (EFE).- As vendas reais da indústria
brasileira cresceram 1,0% em setembro frente a agosto, enquanto o
número de empregos oferecido pelo setor cresceu 0,2% no mesmo
período, informou hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os resultados da indústria em setembro mostraram que o setor
continua se recuperando após a queda que sofreu em consequência da
crise econômica global, mas que ainda não voltou ao nível em que
estava o ano passado, segundo o estudo da CNI.
O relatório também mostra que, apesar das melhorias nas vendas e
na geração de empregos, a indústria ainda não está aproveitando a
capacidade instalada atualmente ociosa.
Na verdade, o uso da capacidade instalada das fábricas caiu de
80,2% em agosto para 79,8% em setembro.
Em setembro do ano passado, quando o setor começou a sentir os
efeitos da crise, a indústria brasileira operava com 84,4% de sua
capacidade.
Apesar do aumento na comparação com agosto, as vendas reais do
setor em setembro - ou seja, já descontada a inflação - foram 4,7%
inferiores às do mesmo mês do ano passado.
As vendas entre janeiro e setembro acumulam uma queda do 7,5%
frente ao mesmo período de 2008.
O número de postos de trabalho em setembro foi 4,8% inferior ao
do mesmo mês do ano passado. No acumulado dos primeiros nove meses
do ano, a queda é de 3,5% na comparação com o mesmo período de 2008.
Embora os indicadores da indústria venham melhorando na
comparação com o mês imediatamente anterior, o economista-chefe da
CNI, Flavio Castelo Branco, adverte que o setor ainda não se
recuperou totalmente da queda sofrida pela crise.
"A indústria vem recuperando mês a mês o nível de produção que
tinha o ano passado, mas, quando comparamos com os níveis do mesmo
mês de 2008, vemos que ainda não superamos os efeitos da crise",
afirmou Castelo Branco.
O economista considera que, no ritmo atual, a recuperação
completa da indústria se dará apenas "em algum momento do primeiro
semestre do próximo ano".
"Temos espaço para atender a demanda que vai crescer no final do
ano sem gerar qualquer pressão sobre a capacidade produtiva",
acrescentou. EFE