Tóquio, 15 jun (EFE).- O Banco do Japão (BOJ) decidiu nesta sexta-feira manter as taxas de juros entre 0% e 0,1% e admitiu o "nervosismo" dos mercados financeiros globais por causa da dívida europeia, embora não tenha anunciado novas medidas de flexibilização monetária.
Em comunicado emitido ao término de sua reunião de dois dias, a junta de política monetária do banco central japonês assinalou que, por enquanto, é preciso prestar "particular atenção" aos eventos nos mercados financeiros globais.
Neste sentido, assinalou que fará "o possível para assegurar a estabilidade do sistema financeiro do Japão", a terceira maior economia mundial.
O BOJ evitou modificar, por enquanto, seu programa de compra de ativos, que já ampliou em abril e que tem como objetivo injetar liquidez no sistema, à espera das eleições na Grécia neste fim de semana, que podem representar a saída do país da zona do euro.
O resultado desta reunião do BOJ fora antecipado pelos analistas, que apontam que o banco central japonês irá aguardar os resultados do pleito grego e a reunião do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes) no México na semana que vem.
Em seu comunicado, a instituição assinala que a economia japonesa, ainda vivendo uma persistente deflação e atingida em 2011 pelo devastador terremoto e o posterior tsunami, "começou a se recuperar de forma moderada", graças sobretudo à demanda interna, que "permanece firme".
A instituição diz esperar que o Japão volte ao caminho de "uma recuperação moderada" apoiada por esta demanda e também pela saída das economias estrangeiras de uma fase de desaceleração.
No entanto, reconhece que ainda há "um alto grau de incerteza" sobre a economia global, o que inclui "as perspectivas do problema da dívida europeia" e a recuperação da economia dos Estados Unidos, entre outros aspectos.
O BOJ não anunciou novas medidas de flexibilização monetária desde que em 27 de abril aprovou a ampliação do programa de compra de ativos a 70 trilhões de ienes (700,8 bilhões de euros) para injetar mais liquidez no sistema.
No entanto, o BOJ não descarta a adoção de novas medidas, inclusive em coordenação com outros bancos centrais, caso a Grécia saia da zona do euro ou nas próximas semanas haja turbulências excessivas nos mercados. EFE