MILÃO (Reuters) - A Telecom Italia não pretende tomar iniciativas que conduzam à aquisição da operadora Oi no curto prazo e, provavelmente, nem mesmo no médio prazo, devido à elevada dívida da companhia brasileira.
A informação foi dada por fontes próximas ao tema, tendo em vista a próxima reunião do Conselho prevista para dia 25, que tratará de assuntos relacionados à América Latina.
O Conselho da Telecom Italia, conforme antecipado pelo presidente da companhia, Marco Patuano, no início de setembro, deve suspender a venda da Telecom Argentina caso não receba luz verde das autoridades reguladoras antes do dia 25, prazo no qual o acordo precisa ser finalizado.
O Conselho não tomará decisões sobre a Oi, já que uma aquisição, mesmo que por troca de ações, não seria fácil de implementar.
"Não acho que farão uma aquisição da Oi, a operação é muito cara, e também pelo alto nível de endividamento da empresa brasileira", disse uma das fontes. "Uma troca de ações não está na mesa por enquanto, com certeza não estará na mesa do Conselho na quinta-feira", acrescentou uma segunda fonte.
De acordo com informações publicadas na imprensa na semana passada, a Telecom Italia estaria considerando uma oferta para adquirir a Oi.
Algumas fontes disseram à Reuters que o grupo teria agido para evitar uma iniciativa do grupo brasileiro.
A Oi disse em agosto que está considerando uma oferta pela TIM Participações, a subsidiária brasileira da Telecom Italia. A América Móvil, que controla a Claro no Brasil, disse que está considerando a possibilidade de se juntar à Oi nessa oferta.
A TIM, por sua vez, negou nos últimos dias que esteja em negociações para uma aquisição da Oi.
A dívida da Oi somava cerca 46 bilhões de reais ao final do primeiro semestre, alta de 53 por cento sobre o mesmo período do ano passado. Se a Telecom Italia fizer uma aquisição, é provável que tenha de consolidar essa dívida em seu endividamento, já considerado elevado.
Representantes da Telecom Italia puderam ser contatados para comentarem o assunto.