📢 Estratégia de IA ProPicks para investir após techs caírem. Subiu em julho 2x acima do S&P!Lista Completa

Ata do Copom: Taxa Selic deve ficar elevada por mais tempo, dizem analistas

Publicado 21.06.2022, 12:45
© Reuters.

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na manhã desta terça-feira, 21, a Ata da sua reunião realizada na última semana, quando decidiu elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano. O colegiado reforçou a sua preocupação com a alta dos preços, mas também admitiu que a inflação está mais persistente do que a esperada.

Para especialistas ouvidos pela reportagem de Investing.com, o órgão de política monetária sinalizou que deverá manter por um período mais longo de juros elevados.

 O economista-chefe da RPS Capital, Victor Candido, o principal destaque da Ata do Copom é o reconhecimento de que não será possível cumprir a meta de inflação de 2023 caso a entidade siga o que é dito no Boletim Focus.

“Quando o Copom pega o que o mercado acha para a inflação e para os juros de 2022 e 2023, e coloca isso em um modelo estatístico para avaliar as premissas futuras, o retrato que ele está observando é que a inflação ficará acima da meta, ao redor de 4% se a Selic terminar este ano em 13,25%, e fechando o próximo ano em 10%”, explica Candido.

Dessa forma, o economista da RPS diz que o Copom está tentando passar a mensagem de que o juros no país deve ficar mais elevado e por mais tempo do que o previsto inicialmente. A expectativa de Candido é que o comitê suba a taxa de juros em 0,25 p.p. na próxima reunião, para 13,50% ao ano e deixe a taxa Selic nesse patamar até pelo menos o segundo semestre de 2023.

O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) também considera que o cenário mais provável é de extensão do ciclo de aperto monetário, apesar de estimar uma alta nos juros de 0,5 p.p. na próxima reunião do Copom marcada para agosto. Para 2023, o BofA estima que a Selic seja reduzida para 10,5% ao longo do ano.

“O BC reconhece que o ajuste da política monetária feito até agora foi intenso, porém, seus efeitos contracionistas devem ser sentidos nos próximos trimestres, desacelerando a atividade econômica”, comenta o banco internacional em relatório divulgado hoje.

Já a Ativa Investimentos considera que a Ata do Copom teve um tom ambíguo. Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, o Comitê foi Hawkish ao discutir os possíveis cenários para a inflação, mas também teve um tom neutro ao falar que a trajetória dos juros é o suficiente para a convergência da inflação.

“A autoridade faz questão de pontuar que para tomar a decisão estava olhando exclusivamente para a perspectiva inflacionária de 4,0% (2023), e a mesma exige esforço adicional de política monetária para convergir, através de mais juros por período mais prolongado do que o cenário de referência”, comenta Sanchez. 

Assim, a Ativa mantém a sua previsão de que o Copom deve aumentar os juros em 0,50 p.p. em agosto e manter o patamar dos 13,75% até o segundo trimestre de 2023, quando deve reduzir gradativamente a taxa Selic para 10,25% ao ano. 

A economista-chefe da Tenax Capital, Débora Nogueira, também concorda com essa previsão de que os juros devem subir 0,50 p.p. na próxima reunião e depois devem ser mantidos assim pelo resto do ano. 

Nogueira destaca que o Copom já está de olho na desaceleração da economia brasileira, após passarem os efeitos positivos da reabertura econômica pós-pandemia e do impulso fiscal. A especialista, porém, chama a atenção para o fato de que a Ata não se aprofunda nos impactos que a situação fiscal do país terão sobre a inflação. 

Cenário internacional

Sobre o cenário internacional, a Ata do Copom destacou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia continua levando a um forte aperto nas condições financeiras e maior incerteza. O choque de oferta resultante do conflito intensificou ainda mais as pressões inflacionárias pós-Covid, assim como os bloqueios na China que também afetaram a cadeia global de suprimentos. 

O BofA também ressalta que o Comitê decidiu manter o cenário de referência, em que o preço do petróleo em dólar segue a curva do mercado futuro até o final de 2022, encerrando o ano em US$ 110 o barril e subindo 2% ao ano a partir de 2023.

Nesse cenário, o Copom revisou suas previsões de inflação de 7,3% para 8,8% para 2022, e de 3,4% para 4% para 2023.

 

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.