Por Lindsay Dunsmuir
(Reuters) - A atividade econômica dos Estados Unidos aumentou ligeiramente do início de janeiro até o final de fevereiro, enquanto a inflação e o mercado de trabalho apresentaram um quadro misto sobre a rapidez com que desacelerarão ainda mais, mostrou uma pesquisa do Federal Reserve nesta quarta-feira, o que ressalta o quadro complicado para as autoridades do banco central norte-americano, que buscam conter as pressões sobre os preços.
O banco central divulgou seu último retrato da saúde da economia dos EUA depois que o chair do Fed, Jerome Powell, disse mais cedo nesta quarta-feira que ainda não está claro quando o banco central poderá cortar a taxa básica de juros e sustentar a expansão atual, uma vez que não há garantia de mais progresso na inflação.
Powell e seus colegas estão tentando administrar o chamado "pouso suave" para a economia dos EUA, na qual o crescimento econômico desacelera gradualmente e a taxa de desemprego permanece baixa, mesmo conforme a inflação, que atingiu um pico em 40 anos, retorna à meta de 2% do Fed.
"A atividade econômica aumentou ligeiramente, no geral", disse o Fed em sua pesquisa divulgada nesta quarta-feira, conhecida como "Livro Bege", que entrevistou contatos comerciais nos 12 distritos do banco central até 26 de fevereiro.
"As perspectivas para o crescimento econômico futuro permaneceram em geral positivas, com os contatos observando expectativas de demanda mais forte e condições financeiras menos restritivas nos próximos 6 a 12 meses."
Desde março de 2022, o banco central aumentou sua taxa de política monetária em 525 pontos-base até a faixa atual de 5,25% a 5,50%, onde está desde julho.
De acordo com a medida preferida do Fed, a inflação em janeiro estava em uma taxa anual de 2,4%, abaixo do pico de 7,1% atingido em junho de 2022.
Embora a taxa básica de juros deva permanecer inalterada na próxima reunião do Fed, em 19 e 20 de março, as autoridades em dezembro previram provisoriamente três cortes nos custos de empréstimos este ano.
Os dados recentes sobre emprego e inflação, mais fortes do que o esperado, aumentaram os temores de que a economia norte-americana ainda seja muito robusta para que as pressões sobre os preços retornem totalmente à meta do Fed.
Como resultado, os formuladores de política monetária do Fed indicaram que não têm pressa em começar a reduzir os custos dos empréstimos até que estejam mais confiantes de que a desinflação continuará.
No relatório, houve outros sinais de que o mercado de trabalho havia se atenuado ainda mais, mas os salários cresceram mais e houve algumas pressões inflacionárias renovadas.
"Os contatos destacaram os aumentos nos custos de frete e em várias categorias de seguro, incluindo o seguro saúde patrocinado pelo empregador", mostrou a pesquisa do Fed.