Por Jonathan Cable
LONDRES (Reuters) - A atividade empresarial da zona do euro despencou em março após a pandemia de coronavírus causar estragos e deixar fechados lojas, restaurantes e escritórios, mostrou nesta terça-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI Composto preliminar do IHS Markit, considerado uma boa medida da saúde econômica, despencou à mínima recorde de 31,4 este mês ante 51,6 em fevereiro, de longe a maior queda mensal desde que a pesquisa começou em meados de 1998.
A leitura ficou abaixo de todas as expectativas em pesquisa da Reuters, cuja mediana era de 38,8.
"A atividade empresarial na zona do euro entrou em colapso em março de uma maneira que supera de longe o que foi visto no ápice da crise financeira global", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
"Fortes contrações foram vistas na França, Alemanha e no resto da zona do euro uma vez que os governos adotaram medidas cada vez mais duras para conter a disseminação do coronavírus."
Todos os subíndices na pesquisa ficaram abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração, com os novos negócios afetados particularmente com força --esse índice caiu para a mínima recorde de 29,5 ante 51,2.
"O PMI de março indica o PIB caindo a uma taxa trimestral de cerca de 2%, e claramente há espaço para que a contração se intensifique ainda mais", disse Williamson.
A atividade no setor de serviços do bloco contraiu à taxa mais forte nas mais de duas décadas da pesquisa, indo a 28,4 de 52,6, abaixo de todas as previsões na pesquisa da Reuters.
As indústrias foram um pouco menos impactadas, com o PMI do setor caindo a 44,8 de 49,2 --leitura mais baixa desde julho de 2012 mas acima das expectativas.