PEQUIM (Reuters) - As fábricas da China sofreram um golpe devastador em fevereiro uma vez que a epidemia de coronavírus provocou a mais forte contração na atividade já registrada, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit
O PMI de indústria caiu para 40,3 no mês passado, menor nível desde que a pesquisa começou em 2004, contra 51,1 em janeiro e bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
A leitura também ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de 45,7 e pior do que no ápice da crise financeira de 2008/09, destacando os efeitos das restrições de viagens e medidas de saúde pública para conter o surto.
O resultado, que se foca principalmente em empresas pequenas e orientadas para exportação, foi sustentado por uma pesquisa oficial também fraca divulgada no sábado, que mostrou a maior contração já registrada.[nL1N2AT04R]
Tanto a pesquisa oficial quanto a privada fornecem a primeira visão da situação da economia da China desde o surgimento do coronavírus que matou quase 3 mil pessoas na China continental.
"A economia industrial da China foi impactada pela epidemia no mês passado. Os lados de oferta e demanda enfraqueceram, as cadeias de oferta ficaram estagnadas e houve um grande atraso de encomendas anteriores", disse Zhengsheng Zhong, diretor de análise macroeconômica do CEBM Group, em comentários com a pesquisa.
A pesquisa mostrou que a produção e as novas encomendas despencaram para os piores níveis já registrados, enquanto o emprego também foi fortemente afetado.
(Reportagem de Stella Qiu e Ryan Woo)