WASHINGTON (Reuters) - A atividade industrial dos Estados Unidos atingiu uma mínima de mais de dois anos em agosto uma vez que fabricantes enfrentaram dificuldades com o dólar valorizado, a demanda global fraca e os efeitos persistentes dos profundos cortes de gastos no setor de energia.
Outros dados divulgados nesta terça-feira, no entanto, sugeriram que a economia parece estar em terreno firme, com os gastos em construção subindo em julho ao maior patamar desde 2008.
O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) para a atividade industrial caiu para 51,1 no mês passado, a menor leitura desde maio de 2013, ante 52,7 em julho. Leituras acima de 50 indicam expansão no setor industrial.
O recuo no índice também refletiu provavelmente a recente queda generalizada em ações globais, que foi desencadeada por receios acerca da economia chinesa em desaceleração. O subíndice de novas encomendas do ISM caiu a 51,7, também o menor nível desde maio de 2013, ante 56,5 em julho.
A indústria, responsável por 12 por cento da economia dos EUA, tem sofrido pressão com a força do dólar, que subiu 16,8 por cento contra as moedas dos principais parceiros comerciais do país desde junho de 2014.
A queda de mais de 60 por cento nos preços do petróleo desde junho do ano passado levou a cortes profundos nos gastos no setor de energia.
Porém, apesar da atividade industrial, a economia está prosperando. Em relatório separado, o Departamento do Comércio informou que os gastos com construção aumentaram 0,7 por cento para 1,08 trilhão de dólares, o nível mais alto desde maio de 2008, após uma alta similar em junho.
Os gastos com construção vêm subindo há oito meses consecutivos.
O relatório sobre os gastos com construção fechou um mês de dados sólidos que sugeriram que a economia reteve muito de sua força no segundo trimestre, quando cresceu a um ritmo anual de 3,7 por cento. Os dados de julho para gastos de consumidores, produção industrial, gastos empresariais, moradias e empregos pintaram um cenário bastante positivo da economia.
(Por Lucia Mutikani)