(Reuters) - A atividade manufatureira da zona do euro se contraiu pelo sétimo mês em agosto, com um declínio contínuo no otimismo reduzindo a demanda, mostrou uma pesquisa, provavelmente reforçando as expectativas de flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana.
Em sua reunião de julho, os formuladores de políticas do BCE praticamente prometeram aliviar ainda mais a política monetária, à medida que a perspectiva de crescimento do bloco piora. Uma escalada na guerra comercial EUA-China aumentou o medo de uma desaceleração econômica global.
A leitura final do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do IHS Markit para o setor manufatureiro em agosto foi de 47,0, a mesma da leitura preliminar, mas bem abaixo do nível 50, que separa o crescimento da contração.
Em julho, o índice havia ficado em 46,5 de julho, leitura mais baixa desde dezembro de 2012.
"Os produtores da zona do euro estão sofrendo com a queda de verão na produção industrial persistindo em agosto. Uma acentuada deterioração do otimismo para o próximo ano sugere que as empresas esperam que as coisas piorem", observou Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit.
ATIVIDADE FABRIL NA ALEMANHA EM QUEDA
O setor manufatureiro da Alemanha --país com dependência de exportações-- permaneceu em contração em agosto, com a demanda mais fraca pressionando as empresas a reduzir a produção e cortar empregos.
O PMI para o setor manufatureiro, que representa cerca de um quinto da economia, subiu ligeiramente para 43,5, permanecendo abaixo da marca 50,0 (que separa o crescimento da contração) por oito meses seguidos.
O dado ficou abaixo da leitura preliminar de 43,6 e perto da mínima em sete anos batida em julho.
A menor demanda, especialmente por bens de capital e intermediários, esteve por trás da fraqueza contínua no setor. Os fabricantes também citaram a demanda reduzida da indústria automobilística, que está enfrentando vendas mais baixas.
A pesquisa também mostrou que o sentimento em relação à produção futura caiu para uma mínima recorde, indicando pessimismo entre os fabricantes.
Na França, atividade fabril voltou a crescer em agosto, com alta na produção e na demanda dos clientes.
O PMI subiu para 51,1, ante 49,7 em julho, ultrapassando o limite de 50 pontos. O resultado também veio acima da leitura preliminar, de 51,0.
No Reino Unido, a atividade industrial se contraiu no mês passado no ritmo mais rápido em sete anos, abalada pelo aprofundamento da crise do Brexit e pela desaceleração global, um mau presságio para as chances de uma recuperação econômica no segundo trimestre.
O PMI caiu para 47,4, ante 48,0 em julho, 1 ponto abaixo do número esperado por economistas em pesquisa Reuters e bem aquém da linha divisória de 50 pontos --que separa crescimento de contração.
(Por Andy Bruce, Joseph Nasr e Leigh Thomas)