BRASÍLIA (Reuters) - A atividade industrial ficou praticamente estável em novembro, enquanto o faturamento médio da indústria interrompeu quatro meses seguidos de alta ao registrar queda no período, informou nesta sexta-feira a Confederação Nacional da Indústria, reforçando a avaliação de fraqueza do setor.
A utilização da capacidade instalada ficou em 80,9 por cento em novembro, com dados dessazonalizados, 0,1 ponto percentual acima da taxa de outubro, enquanto o faturamento real caiu 4,9 por cento no período.
"As horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada ficaram estáveis, confirmando a dificuldade de recuperação da atividade no setor", avaliou a CNI em nota.
As horas trabalhadas na produção tiveram oscilação mensal positiva de apenas 0,1 por cento, enquanto o emprego recuou 0,1 por cento, nona queda consecutiva.
A CNI informou ainda que a massa salarial obteve expansão de 0,2 por cento, ao mesmo em tempo em que o rendimento médio registrou retração de 0,1 por cento no período.
Praticamente todos os indicadores medidos pela CNI registraram desempenho negativo no acumulado do ano até novembro sobre o mesmo período de 2013. No caso do faturamento, a queda é de 2 por cento, enquanto nas horas trabalhadas na produção ela é de 3,5 por cento; o emprego caiu 0,6 por cento.
A CNI explicou o recuo no emprego "como reflexo da fraca atividade".
Já a massa salarial e o rendimento médio acumularam alta de 2,1 e 2,7 por cento no ano até novembro.
O setor industrial enfrenta dificuldade de crescimento, sendo um dos principais motivos do fraco desempenho da economia brasileira.
Segundo dados do IBGE, a produção industrial recuou 0,7 por cento em novembro sobre outubro, acumulando em 12 meses perda de 3,2 por cento, a maior queda desde 2010.
A projeção de economistas em pesquisa Focus do Banco Central é de que a produção deve ter encolhido 2,91 por cento em 2014 e, para 2015, a perspectiva é de crescimento de apenas 1,02 por cento.
Para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), as perspectivas apontam para expansão de 0,11 e 0,40 por cento em 2014 e 2015, respectivamente.
(Por Nestor Rabello)