Por Stefano Bernabei e Jesús Aguado
ROMA/MADRI (Reuters) - O Banco Central Europeu deve continuar a elevar os juros, mas há uma defesa crescente pela maior cautela no aperto da política monetária após uma série de movimentos agressivos, argumentaram duas importantes autoridades nesta quarta-feira.
O BCE elevou os juros em 200 pontos-base combinados desde julho, seu ritmo de aperto mais rápido de todos os tempos, e em breve começará a reduzir seu balanço de 8,7 trilhões de euros, deixando a dívida expirar e incentivando os bancos a reembolsar o financiamento do banco central.
"A necessidade de continuar com a política restritiva é... evidente, embora as razões para seguir uma abordagem menos agressiva estejam ganhando terreno", disse o presidente do Banco da Itália, Ignazio Visco, em um discurso em Roma.
Ele alertou para o risco de as autoridades seguirem um caminho pré-determinado e disse que as futuras decisões de política monetária devem ser baseadas em dados e evidências.
O presidente do banco central espanhol, Pablo Hernandez de Cos, também pareceu cauteloso, argumentando que mesmo que haja "algum caminho a percorrer" com os aumentos de juros, qualquer redução no balanço do BCE deve ser "muito gradual".
De Cos disse que o banco também deve levar em conta uma maior probabilidade de recessão e deve ter em mente que uma rápida redução na posse de títulos pode desencadear volatilidade no mercado.
Os mercados atualmente veem a taxa de depósito de 1,5% do BCE subindo para 2% em dezembro, mas os investidores também veem uma probabilidade razoável de um movimento maior para 2,25%.