Pequim, 22 set (EFE).- O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) rebaixou nesta terça-feira sua previsão de crescimento da China em 2015 para 6,8%, abaixo dos 7,2% estimados pela entidade em março, com base no enfraquecimento da demanda externa, um dos principais motores da segunda maior economia do mundo.
Em entrevista coletiva em Pequim, representantes do BAD também anunciaram uma revisão do crescimento econômico na Ásia para 5,8% em 2015 e para 6% em 2016, abaixo de sua previsão de março, do 6,3% para os dois anos.
Apesar do crescimento moderado, espera-se que a região asiática continue sendo o principal contribuinte do crescimento global mundial, assinalou o economista-chefe do BAD, Shang-Jin Wei, no novo relatório.
No entanto, o especialista reconheceu que há "vários obstáculos em jogo (para a Ásia), como as pressões monetárias e as preocupações sobre fugas de capital".
O sudeste asiático, segundo o BAD, está levando a pior com a desaceleração econômica da China, com um crescimento previsto em 2015 de 4,4%. No entanto, a entidade espera uma recuperação com uma expansão de 4,9% em 2016.
O valor das matérias-primas, incluindo o petróleo e os alimentos, está mantendo os preços baixos com uma inflação regional que o BAD espera que fique em torno de 2,3% em 2015, em comparação com os 3% registrados em 2014. Porém, a entidade acredita que haverá uma elevação em 2016.
Apesar de ter reduzido a taxa de crescimento para a China, os economistas do BAD se mostraram otimistas quanto à capacidade do gigante asiático para lidar com as pressões graças a vários fatores, entre eles a "boa saúde do mercado de trabalho" e as oportunidades oferecidas pelo setor de serviços.
Niny Khor, que integra a equipe do BAD na China, assinalou que houve uma "transformação enorme" no panorama trabalhista no país asiático na última década, e que agora quase todos os novos postos de trabalho provêm do setor privado e não do público, como ocorria há dez anos.
Khor também destacou a importância que vai adquirindo a inovação na China e opinou que "para aumentar a produtividade no longo prazo se deve investir em capital humano".
O BAD, cuja sede fica em Manila, a capital das Filipinas, e se dedica a reduzir a pobreza na região da Ásia-Pacífico, vê com otimismo a vontade da China de impulsionar as reformas abertura de sua economia e apoia a ideia das autoridades de urbanizar o máximo possível o país para estabilizar o crescimento econômico.
Além disso, a entidade afirmou que a crença de que o consumo não está crescendo no país asiático é equivocada, e que, pelo contrário, está se expandindo como pretende o governo chinês para deixar de depender paulatinamente dos investimentos e das exportações.
No entanto, segundo a previsão do BAD, a China não conseguirá cumprir sua meta de crescimento de 7% para 2015, algo que o governo chinês garantiu em diversas ocasiões que alcançará.