BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,689 bilhões de dólares no mês passado, o melhor resultado para agosto desde 2012 e mais uma vez guiado pela queda maior nas importações que nas exportações.
Após encerrar o sexto mês seguido no azul, o superávit comercial no acumulado do ano somou 7,297 bilhões de dólares, bem acima do saldo positivo de 205 milhões de dólares do mesmo período de 2014, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta terça-feira.
O resultado vem ajudando o país a melhorar suas contas externas diante das recentes altas do dólar, mas não deixa de refletir a deterioração do cenário econômico.
Por um lado, as importações recuam por conta da economia em recessão e, de outro, os embarques caem sobretudo pela diminuição no preço de importantes commodities para a pauta comercial brasileira, como minério de ferro e soja.
Em agosto, segundo o ministério, as importações somaram 12,796 bilhões de dólares, queda de 33,7 por cento sobre o mesmo mês de 2014 pela média diária, enquanto as exportações somaram 15,485 bilhões de dólares, declínio de 24,3 por cento na mesma base de comparação.
Com isso, o saldo comercial mensal foi o mais forte para agosto desde 2012, quando a balança comercial havia ficado positiva em 3,2 bilhões de dólares. Mas o desempenho ficou abaixo do estimado por especialistas consultados pela Reuters, que apontaram expectativa de superávit de 2,9 bilhões de dólares para o mês passado.
O melhor desempenho comercial no exterior tem ajudado as contas externas do país. No acumulado do ano até julho, último dado disponível, o déficit em transações correntes do Brasil havia recuado cerca de 25 por cento sobre igual etapa de 2014, a 44,094 bilhões de dólares.
QUEDAS GENERALIZADAS
As exportações em agosto sofreram retração em todas as categorias sobre o mesmo mês de 2014, com recuo de 25,3 por cento em básicos, de 24,8 por cento em manufaturados e de 15,3 por cento em semimanufaturados.
Nas importações também houve recuo em todas as categorias em agosto sobre um ano antes: combustíveis e lubrificantes (-64,9 por cento), matérias-primas e intermediários (-32,8 por cento), bens de consumo (-21,9 por cento) e bens de capital (-21,5 por cento).
Nos primeiros oito meses de 2015, as exportações caíram 16,7 por cento sobre igual etapa do ano passado pela média diária, ao passo que as importações despencaram 21,3 por cento.
Para o ano, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, apontou em meados de agosto esperar superávit comercial de até 12 bilhões de dólares.
(Por Marcela Ayres; )