Tóquio, 7 ago (EFE).- O Banco Central do Japão (Boj) anunciou nesta sexta-feira que manterá sua atual política monetária, baseada em um contundente programa de compra de ativos, para tirar a terceira maior economia do mundo de um ciclo deflacionário de quase duas décadas.
Ao término de sua reunião mensal de dois dias, a junta de política monetária do Boj aprovou, por oito votos a um, continuar ampliando a base monetária em 80 trilhões de ienes (R$ 2,2 trilhões) ao ano.
A entidade ativou em abril de 2013 este agressivo plano expansivo para conseguir uma inflação estável de cerca de 2% para 2015.
No entanto, a pressão anti-inflacionária gerada pela recente queda do preço do petróleo obrigou o Boj a atrasar a consecução de sua meta até 2016.
Em comunicado divulgado ao término da reunião, o Banco Central japonês comentou que a inflação no país asiático se encontra atualmente "em torno de 0%".
No entanto, ressaltou que "no longo prazo" a tendência inflacionária se mantém em alta.
O relatório mensal do Boj também voltou a indicar que a economia do Japão "segue recuperando-se moderadamente".
A entidade indicou que as exportações e a produção industrial "seguem recuperando-se, apesar de algumas oscilações", e que o investimento de capital corporativo continua mostrando uma "tendência de aumento moderado".
Em relação ao consumo privado, principal componente do PIB japonês, o Boj diz que "se mostrou resistente" e que o investimento imobiliário "está se recuperando".
Por outro lado, o investimento público entrou em uma tendência de retrocesso moderado, embora ainda se mantenha em um nível muito alto, acrescentou.
O aumento do investimento público é um dos três pilares do chamado "Abenomics", o programa de reforma econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, que também se sustenta na agressiva política monetária do Boj e em um pacote de reformas estruturais.