SÃO PAULO (Reuters) - O banco Barclays (LON:BARC) passou a estimar contração da economia neste primeiro trimestre ante os três meses finais de 2020, citando um "abismo" com o fim do auxílio emergencial depois de um desempenho econômico melhor que o esperado no fim do ano passado.
O Barclays agora prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) retrairá 0,3% entre janeiro e março em relação ao quarto trimestre. Antes, o banco esperava alta de 0,1%.
"As perspectivas de recuperação econômica continuam muito dependentes do ritmo de vacinação, que está ganhando força após um início difícil", disse em nota o economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski.
"Esperamos que uma nova e modesta rodada de ajuda de emergência forneça algum apoio à atividade nos próximos meses, mas um impulso mais forte só se materializará durante o segundo semestre de 21. Nossa previsão de (crescimento do) PIB para 2021 segue em 3,5%, mas os riscos de queda podem aumentar dependendo do desempenho do primeiro trimestre", acrescentou.
Com os dados melhores do IBC-Br de dezembro, Secemski elevou a projeção para o desempenho do PIB no quarto trimestre e em 2020. A previsão agora é que a atividade tenha expandido 2,8% no fim do ano passado, na margem, ante estimativa anterior de 2,3%. Com isso, a projeção é que o PIB em 2020 tenha recuado 4,2%, e não mais 4,4%.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br)apresentou alta de 0,64% em dezembro na comparação com o mês anterior, acima da expectativa de 0,40% levantada em pesquisa da Reuters com analistas. No ano, o indicador, divulgado nesta sexta-feira pelo BC, teve queda de 4,05%.
O IBGE divulga os dados do PIB do quarto trimestre em 3 de março.
(Por José de Castro)