LONDRES (Reuters) - O banco central britânico manteve a taxa de juros nesta quinta-feira, afirmando que é cedo demais para avaliar como a vitória na eleição do primeiro-ministro Boris Johnson irá retirar a incerteza sobre o Brexit que vem pesando sobre a economia.
Duas das nove autoridades do Banco da Inglaterra votaram pelo segundo mês seguido por um corte nos custos de empréstimos devido a temores de que o mercado de trabalho esteja se deteriorando.
Mas a maioria do Comitê de Política Monetária adotou uma postura de esperar para ver.
"Não havia evidência ainda sobre a extensão em que as incertezas entre as empresas e famílias diminuíram após recentes acontecimentos da política doméstica", disse o banco central em comunicado.
Após a enfática vitória de Johnson na eleição na semana passada, o Reino Unido caminha para deixar a União Europeia em 31 de janeiro com um acordo de transição, que segundo o Banco da Inglaterra pode aliviar parte das incertezas imediatas que pairam sobre as empresas.
Mas muitas empresas já estão olhando para o final de 2020, quando enfrentarão tarifas sobre exportações para a UE a menos que Johnson tenha sucesso em negociar um acordo comercial antes disso --ou quebrar sua palavra e permitir uma prorrogação do período de transição.
Na reunião desta semana, os membros Michael Saunders e Jonathan Haskel votaram novamente pelo corte de juros, dizendo que o banco central precisa agir rapidamente para responder a sinais de que o robusto mercado de trabalho britânico está vacilando.
Para os outros sete, era cedo demais para agir. O crescimento econômico deve acelerar no início de 2020 graças ao alívio nas incertezas sobre o Brexit, maiores gastos do governo e recuperação do crescimento econômico global, disseram eles.