PEQUIM (Reuters) - A China precisa resolver riscos financeiros pendentes e deve combater os riscos de flutuações "anormais" no mercado que resultam de choques externos, disse o banco central do país nesta segunda-feira, à medida que Pequim prioriza a estabilidade financeira em meio a desafios cada vez maiores.
Os mercados financeiros são altamente sensíveis a situações do comércio global e a incertezas crescentes na liquidez mundial, disse o Banco do Povo da China em seu relatório anual de estabilidade financeira, acrescentando que intensificará a supervisão em tempo real dos mercados de ações, títulos e câmbio para evitar a contaminação de risco intersetorial.
O default de títulos pode continuar, de modo que as autoridades devem impedir que os riscos de tais inadimplências gerem riscos sistêmicos, afirmou o documento, enquanto as multas por violações regulatórias no mercado de valores mobiliários aumentarão.
Pequim intensificou as supervisões e avaliações diárias sobre possíveis eventos de "cisne negro" e "rinoceronte cinza" que possam ocorrer no futuro e preparou planos de contingência, à medida que a pressão sobre a economia aumenta, disse o banco central.
O índice de alavancagem das famílias da China subiu para 60,4% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2018, atingindo o nível médio internacional e apresentando riscos de dívida em algumas regiões e famílias de baixa renda, de acordo com o relatório anual.
O banco central reiterou que manterá uma política fiscal proativa e uma política monetária prudente, implementará maiores reduções de impostos e aumentará a cota de emissão de títulos especiais dos governos locais - usados para financiar projetos de infraestrutura - por uma grande margem.
(Por Stella Qiu, Huizhong Wu e Cheng Leng; reportagem adicional de Yawen Chen)