👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

BC corta Selic para nova mínima de 4,5% e cita cautela para futuras decisões

Publicado 11.12.2019, 20:16
© Reuters. .

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central reduziu nesta quarta-feira a Selic em 0,5 ponto percentual pela quarta vez consecutiva, à nova mínima histórica de 4,5%, e indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.

O BC também passou a ver menos riscos baixistas para a inflação, ao passo que elevou suas projeções para o IPCA neste ano, deixando-o mais perto da meta oficial. Ainda que não tenha fechado as portas para nova redução nos juros básicos, portanto, a autoridade monetária sinalizou que o caminho não está claro como outrora.

"O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária", trouxe o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

"O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", acrescentou.

Desde a última reunião do Copom, em outubro, o BC vinha sinalizando claramente que deveria cortar a taxa em mais 0,5 ponto em dezembro, razão pela qual todos os 30 economistas consultados pela Reuters já esperavam um corte dessa magnitude.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou no Twitter, após a decisão, que a redução da Selic ao novo patamar permitirá uma economia com o pagamento de juros de 110 bilhões de reais em 2020.

Ele escreveu ainda que o nível dos juros básicos é suficientemente baixo para "continuar impulsionando o crescimento do Brasil".

Agentes do mercado aguardavam com atenção o comunicado do BC em busca de pistas mais concretas sobre a continuidade ou não dos cortes, e em qual intensidade, tendo em vista fatores como a aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a recente subida da inflação e o movimento do dólar frente ao real.

Sobre a atividade, o BC avaliou que dados a partir do segundo trimestre indicam que o processo de retomada da economia brasileira "ganhou tração" face ao comportamento que vinha sendo visto até os três primeiros meses do ano.

E adicionou ver uma recuperação seguindo em ritmo gradual.

Em outra novidade do comunicado, o BC excluiu trecho sobre o cenário externo seguir incerto, com riscos associados a uma desaceleração mais intensa.

O BC, desta vez, limitou-se a dizer que "a provisão de estímulos monetários nas principais economias, em contexto de desaceleração econômica e de inflação abaixo das metas, tem sido capaz de produzir ambiente relativamente favorável para economias emergentes".

Em seu balanço de riscos para a inflação, por sua vez, o BC retirou a menção ao risco baixista de potencial propagação da inflação corrente, por mecanismos inerciais.

Em outro acréscimo, este ligado aos fatores que podem pressionar a inflação para cima, o BC voltou a dizer que o atual grau de estímulo monetário traz incertezas sobre os canais de transmissão para a economia, mas complementou que isso se dá num "contexto de transformações na intermediação financeira".

Desde que a autoridade monetária iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, em julho, a taxa básica de juros caiu 2 pontos percentuais. A distensão se deu em meio à baixa inflação e lenta recuperação econômica.

Mas alguns indicadores recentes da atividade têm mostrado mais força, ao passo que a inflação reagiu em novembro a um choque inflacionário.

Embalado pela maior demanda da China, o aumento no preço das carnes no país pressionou o IPCA em novembro, levando o índice ao maior patamar para o mês em quatro anos.

Em 12 meses, a inflação oficial avançou 3,27%, de um crescimento no mês anterior de 2,54%, mas ainda bem abaixo do centro da meta oficial para 2019, de 4,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nesta quarta-feira, entretanto, o BC elevou a projeção de inflação para 2019 pelo cenário de mercado a 4,0%, sobre 3,4% em sua última projeção, feita em outubro, deixando-a com isso mais perto da meta.

Tanto para 2020 quanto para 2021, a estimativa foi aumentada no cenário híbrido -- que considera a taxa de câmbio constante e a Selic da pesquisa Focus -- a 3,7%, contra, respectivamente, 3,6% e 3,5% antes.

Para o ano que vem e o próximo, as metas de inflação são de 4,0% e 3,75%, também com margem de 1,5 ponto para cima ou para baixo.

Em nota, o economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima, avaliou que o BC não indicou novos cortes adiante.

"Mantemos, portanto, a perspectiva de que a Selic continue no atual nível (4,50%) por vários trimestres. Não contamos com eventos relevantes do lado das reformas e concordamos com certa melhora nas condições globais", escreveu.

Já Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas Asset, avaliou que o comunicado reforçou a chance de um corte de 0,25 ponto em fevereiro.

© Reuters. .

"As projeções foram o que realmente chamou atenção, muito tranquilas. Isso aumenta muito confiança do call de 4,25%, e vou além: acho que o mercado volta a discutir o (corte de) 4%", afirmou.

(Com reportagem adicional de Gabriel Ponte)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.