Por Ambar Warrick
Investing.com – O Banco Central da Índia elevou sua taxa básica de juros mais do que o esperado nesta sexta-feira e prometeu apertar ainda mais a política monetária, citando a clara ameaça da alta da inflação ao crescimento econômico do país.
Em um pronunciamento ao vivo, o presidente da instituição, Shaktikanta Das, disse que o banco decidiu elevar as taxas em 50 pontos-base (pb), de 4,9% para 5,4%. Os mercados estavam esperando uma alta de 35 pb.
Das declarou que a atual tendência de alta na inflação obrigava o BC a continuar elevando os juros até o índice alcançar a faixa-alvo, dizendo ainda que a instituição faria “o que fosse necessário” para garantir um pouso suave em relação à pandemia de Covid-19.
A rúpia esboçou uma reação positiva à elevação, subindo 0,32%, para 79,422, frente ao dólar.
Com essa alta de sexta-feira, as taxas de juros da Índia estão agora nos níveis pré-pandemia, destacando os grandes obstáculos econômicos enfrentados pela economia do país em razão da elevação dos preços de alimentos, metais e petróleo no início deste ano.
Mas Das ressaltou que o recente declínio na cotação mundial das commodities está ajudando a reduzir as pressões inflacionárias no país. Os preços do petróleo e dos metais registraram uma considerável queda desde os picos deste ano.
O presidente do BC indiano disse ainda que a inflação anual deve alcançar 6,7% em 2022-2023, e a expectativa é que volte a cair para 5% no primeiro trimestre de 2023. O IPC anual acumulou alta de 7,03% até junho na Índia. O banco central do país tem como meta de inflação a taxa de 4%.
Considerando a recente queda nos preços das commodities, Das prevê que a economia indiana registrará um crescimento real do PIB de 7,2% em 2022-2023, uma queda em relação a 8,7% em 2021.
O Bacen indiano começou a elevar os juros em maio deste ano, na medida em que a alta dos preços do petróleo fizeram a rúpia atingir uma mínima de mais de 80 frente ao dólar.
Mas o presidente da instituição atribuiu a fraqueza na rúpia a ventos contrários gerados pelos mercados de commodities e pelo dólar, dizendo que as reservas internacionais da Índia continuavam fortes.