Por Tetsushi Kajimoto e Daniel Leussink
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão reduziu suas estimativas de inflação nesta quarta-feira mas manteve seu forte programa de estímulo, com o presidente Haruhiko Kuroda alertando sobre os crescentes riscos para a economia do protecionismo comercial e da fraqueza da demanda global.
O aumento da pressão da guerra comercial entre China e Estados Unidos --maiores parceiros comerciais do Japão-- está aumentando as tensões para a terceira maior economia do mundo e prejudicando anos de esforços para alimentar um crescimento durável.
"Para ser honesto, se as tensões comerciais entre EUA e China se prorrogarem, haverá um sério risco para a economia global --primeiro para as próprias economias dos dois países", disse Kuroda em entrevista à imprensa após o fim da reunião.
"Por enquanto, essa possibilidade é pequena, e espero que eles resolvam isso em breve."
Como esperado, o Banco do Japão reduziu suas estimativas de inflação, reforçando as visões de que terá que manter seu suporte econômico sem precedentes por algum tempo.
Mas apesar do aumento dos riscos como as disputas comerciais e o Brexit, o banco central também manteve sua visão de que a economia do Japão continuará a expandir a um ritmo modesto.
Kuroda manteve o tom otimista, afirmando que a economia deverá continuar a expandir durante o ano fiscal de 2020.
O Banco do Japão manteve a política monetária ultrafrouxa, reiterando promessa de continuar a comprar títulos do governo japonês e deixar a meta para a taxa de juros de curto prazo em -0,1 por cento. Também disse que vai continuar guiando os rendimentos dos títulos do governo em torno de zero por cento.
Em seu relatório de perspectivas, o Banco do Japão reduziu sua estimativa para o núcleo da inflação ao consumidor a 0,9 por cento no próximo ano fiscal, de 1,4 por cento, refletindo a queda dos preços do petróleo. Foi a quarta revisão para baixo pelo banco central de sua estimativa de inflação para o ano fiscal de 2019 desde que começou a divulgá-la em abril de 2017.
O banco central também cortou a visão para o núcleo da inflação ao consumidor para o ano fiscal de 2020 a 1,4 por cento, de 1,5 por cento previsto em outubro.